Com obra de Gabriel Fauré, grupos sinfônicos da UFMS se apresentam neste domingo
Movimento Coral e Banda Sinfônica da universidade trazem gratuitamente ‘Réquiem, op. 48’
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Movimento Coral e Banda Sinfônica da universidade trazem gratuitamente ‘Réquiem, op. 48’
Construir o público de admiradores da música clássica numa cidade como Campo Grande, em que há tantas opções culturais ‘pasteurizadas’ e de fácil digestão, é certamente um desafio. Mas para os que arriscam conhecer outras modalidades, o contato com a arte mais tecnicamente refinada pode ter um sabor especial, isso porque a ela tem o grato poder de questionar, por meio de sua linguagem, a condição humana.
É neste sentido que a articulação de diversos grupos musicais sinfônicos da cidade trabalham para fazer do espetáculo ‘Réquiem, op. 48’, de Gabriel Fauré, um elemento formador de audiências. Com estreia marcada para este domingo (15), o espetáculo é fruto de seis meses de preparação e símbolo da reunião de esforços de grupos de corais e da Banda Sinfônica da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).
Com 120 artistas – 40 instrumentistas e 80 cantores – o espetáculo terá entrada gratuita, no Teatro Glauce Rocha, e tem produção da Banda Sinfônica e do Movimento Coral, ambos da UFMS.
Preparação
A ideia do espetáculo surgiu como uma oportunidade de promover o intercâmbio entre os grupos de coral e a banda sinfônica da UFMS e, ao mesmo tempo, fomentar as produções artísticas que estimulem a formação de uma audiência para a música clássica em Campo Grande. “Estamos em preparação já há cerca de seis meses e o que iremos apresentar é a reunião dos grupos, o resultado do intercâmbio proporcionado quando trabalhamos juntos. O espetáculo também faz parte desta nossa estratégia de estimular a apreciação desta modalidade artística, um trabalho feito a longo prazo, mas que já colhe resultados”, destaca o maestro Manoel Rasslan, um dos envolvidos na produção.
‘Réquiem, op. 48’ terá participação do Coro de Câmara da UFMS, Coral da UFMS, Coral do IFMS (Campus Campo Grande) e do Coral Escala. No corpo de regentes estão os maestros Manoel Rasslan, Marcos Alves e Rodrigo Falson. “Vamos oferecer um espetáculo bonito, bem variado, com solos de sopranos, organistas, tenores e barítonos. É uma oportunidade de ampliar o repertório e de ter contato com esta modalidade artística numa peça extremamente sensível”, acrescenta Rasslan.
Reunindo orquestra e coral, a obra do francês Gabriel Fauré, composta entre 1887 e 1890, é uma Missa de Réquiem criada a partir da reação do compositor após a morte dos pais. Assim, marcada pela concepção harmônica, ela também propaga a sensibilidade pelo luto de Fauré na transição para uma nova fase. No espetáculo, será apresentada a transcrição para Banda Sinfônica de autoria de Fernando Barreto, contando também com solos de Luciana Fisher (soprano), Johnny Arruda (tenor), e Nillo Cunha (organista).
Além da obra de Fauré, foram incluídas duas outras obras sacras importantes do repertório coro orquestral e de bandas, que são o ‘Sanctus’ da ‘Missa de Santa Cecília’ (de Charles Gounod, com solo do tenor Nillo Cunha) e a ‘Ascensão’ (de Robert W. Smith), baseada na Divina Comédia, de Dante Alighieri.
Mercado sinfônico
Para o maestro Manoel Rasslan, promover música clássica no Estado é quase como nadar contra a maré, devido às dificuldades institucionais que se enfrentam no processo. “A fragilidade das políticas públicas culturais são um obstáculo, porque é a partir disso que se dificulta o estímulo à profissionalização desses artistas. São questões mais complicadas, mas o que a gente observa é que na hora de se cortar verba, a cultura sempre sai prejudicada, afirma.
Mesmo assim, o trabalho para formação de público segue em frente. “É um trabalho que requer paciência do qual já colhemos resultados. À medida que o público vai se aproximando e construindo uma crítica, as coisas vão melhorando. Vamos sempre nos deparar com dificuldades, claro, mas o que não podemos é ficar achando que isso vai impedir as coisas de acontecerem”, relata. “Se a vida é um mergulho profundo, quando se fala de arte é mais profundo ainda. Por isso, ela só se realiza na plateia, que também participa do processo. Não existe arte sem expectador”, conclui.
Serviço – Réquiem Opus 48, de Gabriel Fauré, pelo Movimento Coral da UFMS e Banda Sinfônica da UFMS. Neste domingo (15), às 20h30, no Teatro Glauce Rocha (Rua UFMS s/n). Gratuito.
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