O Secretário de saúde Jamal Salem informou que o dinheiro será devolvido em 30 parcelas

 

O rombo de R$ 8,2 milhões nos cofres públicos apontado por auditoria da CGU (Controladoria-Geral da União) na compra do Gisa, sistema de marcação de consultas por telefone que nunca funcionou, vai mesmo sobrar para o bolso dos contribuintes da Capital. O secretário municipal de saúde, Jamal Salem, admitiu, na manhã desta segunda-feira (9), que a Prefeitura de Campo Grande vai devolver o dinheiro para atender determinação do Ministério da Saúde.

O prazo vence nesta segunda-feira (9) e a jusitficativa da Prefeitura para arcar com o prejuízo apontado pelo órgão federal que combate a corrupçao é de não ficar sem repasses federais. O sistema Gisa foi comprado durante a gestão de Nelson Trad Filho (PMDB) como prefeito, e de Luiz Henrique Mandetta (DEM) como secretário municipal de saúde. Gilmar Olarte chegou a bradar que iria à justiça para não ter de pagar o rombo, mas a administração municipal optou por tirar os 8,2 milhões de reais dos cofres municipais em 30 parcelas.

De acordo com Jamal, a Prefeitura não estava preparada, financeiramente, para isso, todavia, vai arcar com o prejuízo mesmo assim. “Temos que devolver, caso contrário ficaremos sem os repasses dos recursos federais”, explica.

Jamal salientou, ainda, que vai pedir ao MPE (Ministério Público Federal) que investigue e puna os responsáveis. “Nós herdamos isso das administrações passadas. Já está tudo certo e vamos acionar o MPE para eles sejam penalizados”, ressalta.

A devolução, segundo o secretário, será feita em 30 parcelas, sendo que a primeira prestação vence em 30 dias.

Entenda o caso

A CGU (Controladoria Geral da União) revelou que o sistema de agendamentos de consultas nunca funcionou em Campo Grande. Desta forma, após uma auditoria, a CGU determinou que a Prefeitura devolvesse as verbas, acumuladas em R$ 8,2 milhões, provenientes do Ministério da Saúde.

O contrato entre a Prefeitura e o Ministério da Saúde, referente ao Gisa, foi assinado ainda na gestão Nelsinho Trad (PMDB), quando o atual deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM) era o secretário de saúde. A reportagem tentou novo contato com o parlamentar, que não atendeu as ligações. Em outra ocasião, o ex-secretário defendeu o sistema e mencionou questionar o relatório feito pela CGU.