Trabalhadores de terceirizada da Oi aceitam contraproposta e fecham acordo coletivo; grupo reclama

Depois de realizadas três assembleias em horários diferentes no Sindicato dos Trabalhadores de Telemarketing de Mato Grosso do Sul (Sinttel-MS), os cerca de quatrocentos trabalhadores da Bt Call Center, empresa terceirizada da Oi, aceitaram a contraproposta da empresa e fecharam acordo coletivo na noite desta quinta-feira (22), em Campo Grande. Os operadores de telemarketing rec…

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Depois de realizadas três assembleias em horários diferentes no Sindicato dos Trabalhadores de Telemarketing de Mato Grosso do Sul (Sinttel-MS), os cerca de quatrocentos trabalhadores da Bt Call Center, empresa terceirizada da Oi, aceitaram a contraproposta da empresa e fecharam acordo coletivo na noite desta quinta-feira (22), em Campo Grande.

Os operadores de telemarketing receberão reajuste salarial de 5,81%, além de outros benefícios. Entretanto, grupo de cinquenta operadores acusaram supervisores e coordenadores da Bt Call Center a coagir operadores a votarem a favor da contraproposta.

Pressão para votar a favor

Eles reclamaram que a votação não foi justa e alegaram que supervisores ameaçaram funcionários. “Novatos que ainda estão em fase de treinamento estão votando sim para poder ganhar duzentos reais depois; tem coordenador, supervisor votando duas vezes; quem vota não é ameaçado, eles vão trocar de horário; dar castigo; a pressão é grande”, conta um deles.

Para o grupo, a contraproposta é muito baixa. Além de cobrar que sejam registrados como operadores de telemarketing e não como agentes de atendimento, eles pedem priorização e comissão justa. “Todos tem que ganhar igual. Tem dia que um atende vinte ligações enquanto o outro não atende nenhuma e não ganha nada”, explicou operadora. Indignados, disseram imaginar que a maioria votaria a favor da contraproposta, segundo eles por medo.

É preciso provas

A reportagem conversou com Rafael Gonzáles, presidente do Sinttel-MS, que declarou que é preciso ter provas para fazer tais acusações. “Eles falaram para gente dessas possíveis coações, mas não foi provado nada. Estamos aqui para defender o trabalhador, mas é preciso ter coragem e denunciar, manter a palavra judicial. Mas ninguém dá a cara à tapa”.

Gonzáles ainda lembrou que já aconteceu acusação de coação anteriormente e o Sindicato entrou na Justiça, mas por falta de provas, foi multado e teve que pagar cestas básicas.

A reportagem foi à última assembleia, onde todos votaram a favor da contraproposta da empresa. Nas duas outras assembleias, de 160 apenas 7 votaram contra e na outra 20 de 210 rejeitaram a contraproposta. “Prova que nada disto estava acontecendo”, ressaltou o presidente da Sinttel após a confirmação do acordo coletivo.

Dentro da lei

A Oi explicou que os supervisores e coordenadores da empresa também votam e alegou que o ato de tentar convencer os trabalhadores a votar pelo sim é legal, frisando ainda que não foi provada nenhuma ameaça.

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