Tentativa de invasão a quartel deixa mortos e feridos na Ucrânia

Pelo menos três pessoas morreram e outras 13 ficaram feridas durante uma tentativa de invasão de um quartel militar na cidade de Mariupol, no sudeste da Ucrânia, informou nesta quinta-feira (17) o ministro do Interior do país, Arsen Avakov, em sua página no Facebook. “Entre os efetivos do Ministério do Interior não há baixas. Segundo […]

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Pelo menos três pessoas morreram e outras 13 ficaram feridas durante uma tentativa de invasão de um quartel militar na cidade de Mariupol, no sudeste da Ucrânia, informou nesta quinta-feira (17) o ministro do Interior do país, Arsen Avakov, em sua página no Facebook.

“Entre os efetivos do Ministério do Interior não há baixas. Segundo informações preliminares, entre os invasores há três mortos, 13 feridos. 63 foram detidos”, escreveu Avakov.

O titular de Interior afirmou que cerca de 300 pessoas atacaram na noite desta quarta com coquetéis Molotov um quartel da Guarda Nacional em Mariupol, cidade com aproximadamente meio milhão de habitantes.

Os responsáveis pelo ataque, acrescentou, atiraram contra os soldados que estavam de guarda na unidade, que responderam com fogo de advertência e depois, conforme o regulamento, atiraram contra os invasores.

Avakov informou que todas as unidades policiais de Mariupol foram postas em estado de combate e, juntamente com a Guarda Nacional, dispersaram os invasores após um breve enfrentamento.

Mariupol fica na costa norte do Mar de Azov e a apenas 50 quilômetros da fronteira com a Rússia. Abriga uma população de 465 mil pessoas e tem a economia ancorada na metalurgia, siderurgia e indústria de máquinas, além da plantação de grãos.

Manifestantes separatistas que tomaram o gabinete do prefeito no último domingo reforçaram as barricadas em torno do prédio e declararam uma “nova administração”.

O anúncio do ataque coincide com a reunião prevista para esta quinta-feira em Genebra entre representantes da Rússia, Ucrânia, Estados Unidos e União Europeia para encontrar uma solução diplomática ao conflito.

Crise política

A Ucrânia vive uma grave crise social e política desde novembro de 2013, quando o governo do então presidente Viktor Yanukovich desistiu de assinar, um acordo de livre-comércio e associação política com a União Europeia (UE), alegando que decidiu buscar relações comerciais mais próximas com a Rússia, seu principal aliado.

A oposição e parte da população não aceitaram a decisão, e foram às ruas, realizando protestos violentos que deixaram mortos e culminaram, em 22 de fevereiro de 2014, na destituição do contestado presidente pelo Parlamento e no agendamento de eleições antecipadas para 25 de maio.

Houve a criação de um novo governo pró-União Europeia e anti-Rússia, o que acirrou as tensões separatistas na península da Crimeia, de maioria russa, levando a uma escalada militar com ação de Moscou na região. A Crimeia realizou um referendo que aprovou sua adesão à Rússia, e o governo de Vladmir Putin procedeu com a incorporação do território, mesmo com a reprovação do Ocidente.

Após a adesão da Crimeia ao governo de Moscou, outras regiões do leste da Ucrânia, de maioria russa, também começaram a sofrer com tensões separatistas. Militantes pró-Rússia tomaram prédios públicos na cidade de Donetsk e a proclamaram como “república soberana”, marcando um referendo sobre a soberania nacional para 11 de maio. A medida não foi reconhecida por Kiev nem pelo Ocidente. Outras cidades também tiveram atuação de milícias russas, como Lugansk e Kharkiv.

O conflito reflete uma divisão interna do país, que se tornou independente de Moscou com o colapso da União Soviética, em 1991. No leste e no sul do país, o russo ainda é o idioma mais usado diariamente, e também há maior dependência econômica da Rússia. No norte e no oeste, o idioma mais falado é o ucraniano, e essas regiões servem como base para a oposição – e é onde se concentraram os principais protestos, incluisive na capital, Kiev.

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