Show de Erasmo Carlos reúne gerações e mostra que rock não tem idade

Uma mistura de gerações. Assim pode ser definido o show em comemoração aos dois anos no Lendas Pub, que teve como principal atração um dos ícones da Jovem Guarda, Erasmo Carlos. O show era para ter acontecido na quinta feira (1), mas teve que ser adiado para este domingo (4) por causa da chuva. Com […]

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Uma mistura de gerações. Assim pode ser definido o show em comemoração aos dois anos no Lendas Pub, que teve como principal atração um dos ícones da Jovem Guarda, Erasmo Carlos. O show era para ter acontecido na quinta feira (1), mas teve que ser adiado para este domingo (4) por causa da chuva.

Com portões abertos às 16 horas, nem o sol forte afastou as centenas de fãs que se reuniram no estacionamento do Shopping Campo Grande para ver o ídolo. “Sou o caçula de uma família que cresceu ouvindo rock, tanto nacional, como internacional. Já fui a vários shows, mas o do Tremendão é a primeira vez, comprei assim que soube do evento”, conta o representante de vendas, Marcelo Carvalho, 51 anos.

Quem também ficou animada com a oportunidade de ver Erasmo Carlos foi a adolescente Maria Fernanda Figueiró de Araújo, de apenas 13 anos. “Gosto de muita música antiga, elas falam de sentimento de uma maneira bonita, não é que nem no funk e sertanejo”, avalia a garota. A mãe, Rita, de 53 anos, que foi “convencida” pela jovem a ir ao show, conta que aprendeu muita coisa com a filha, “de Cartola a Pink Floyd. E ela ainda me estimula a lembrar da minha época quando pergunta sobre tal música, como era, o que eu fazia naquele ano. Ela é um exemplo de quem gosta e vai atrás das coisas, não aceita o que a indústria manda”, diz orgulhosa a mãe.

O show de encerramento ficou por conta dos sul-mato-grossenses do Bando do Velho Jack, referência do rock no Estado e que tem entre seus integrantes grandes fãs de Erasmo. “O Erasmo junto, com Vanderleia e Roberto Carlos, foi revolucionário para o rock nacional. O estilo praticamente nem existia antes deles, e ele (Erasmo) sempre foi mais roqueiro, com tendências ao blues. Fico emocionado de vê-lo ao vivo,” comenta o guitarrista Fábio Corvo, que conferia pela segunda vez o show do artista.

No meio da plateia tinha ainda gente que conheceu Erasmo de perto, como o designer Fernando Marson, 66 anos. Ele conta que trabalhou com Erasmo e Roberto em São Paulo, em uma agência que produzia o show de Roberto Carlos na época da Jovem Guarda, a Magaldi, Maia & Prosperi, em 1965. “Naquela época eu era assistente de arte e convivia com eles de perto, sempre fui fã. Tenho contato apenas como Arnaldo Baptista, dos Mutantes. Gosto muito do Erasmo e vim prestigiar. Gostaria de encontrá-lo, mas acho que vai ser difícil”, disse.

Isso porque a produção do artista não permitiu que ele concedesse entrevistas nem fizesse encontro com fãs, à exceção de ganhadores de promoção feita pelo Lendas Pub.

O show começou por volta das 18 horas, com pouco mais de 40 minutos de atraso. A primeira música, “Gigante Gentil”, dá o nome ao último álbum do artista. Na sequência Erasmo cantou o grande sucesso “Gatinha Manhosa”.

O tráfego de veículos ao redor era tranquilo e moradores dos prédios no entorno aproveitaram as sacadas para ver a apresentação de camarote. Até a publicação desta matéria não foram registrados problemas ou brigas no evento.

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