Para estimular criatividade, curso ensina como fazer ginástica nos neurônios

A criatividade, por muito tempo, foi pensada como dádiva. Como algo inerente a certos seres humanos. Os grandes artistas, por exemplo, sempre foram admirados pela enorme capacidade criativa. Mas, diferentemente, do que se pensava a capacidade de criação pode ser desenvolvida e estimulada. Isto é: todos podem ser criativos! Doutora em educação, arte-terapeuta, psicóloga e […]

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A criatividade, por muito tempo, foi pensada como dádiva. Como algo inerente a certos seres humanos. Os grandes artistas, por exemplo, sempre foram admirados pela enorme capacidade criativa. Mas, diferentemente, do que se pensava a capacidade de criação pode ser desenvolvida e estimulada. Isto é: todos podem ser criativos!

Doutora em educação, arte-terapeuta, psicóloga e pedagoga, Lara Scalise, conta que a criatividade não só pode ser estimulada em qualquer pessoa, como também desenvolvida. Não que todas as pessoas vão chegar ao mesmo grau criativo, mas ele pode aumentar em muito se a pessoa se propuser a isso. Claro, que ela terá que estimular e por a cuca para funcionar.

Lara conta que todas as pessoas são seres potencialmente criativos. Porém, há uma questão de grau onde alguns têm uma maior manifestação do que outros. Mas, essa questão de grau pode ser modificada se a pessoa se colocar em processo de aprendizagem em relação à capacidade criadora. “É necessário exercitar essa capacidade, como qualquer músculo do nosso corpo, de desenvolvê-la a partir de novas atitudes frente a diversas situações que enfrentamos. Se perguntarmos a uma pessoa qual a sua atitude frente a uma dificuldade poderemos observar sua criatividade tanto no número de saídas que ela encontra quanto nas alternativas diferentes e inovadoras a qual se propõe”, explica.

Para desenvolver a criatividade há exercícios específicos, que fazem os alunos pensar novas alternativas para solução dos problemas, sair do mesmo. Ela diz que um dos grandes pontos da criatividade é exatamente este: encontrar solução para os problemas. Consertar o que está estragado. Ver novas possibilidades. Não ficar amarrado a velhos conceitos.

Com orgulho, conta que uma vez um aluno, de apenas quatro anos, ao chegar ao ateliê olhou para o pai e disse: aqui é o lugar onde a gente erra e conserta.

Ela diz, que nem todos tem essa perspectiva de imediato, que algumas pessoas diante de um problema conhece uma única possibilidade de enfrentamento, sem ao menos analisar a eficácia. Neste caso as probabilidades de êxito são pequenas. Já outras veem infinitas soluções. “A criatividade está associada a aspectos do ser humano como flexibilidade de pensamento, ideias originais e inovadoras, sensibilidade emocional, fantasia e imaginação, abertura às novas experiências, curiosidades, humor, persistência na resolução de problemas, confiança em si mesmo”, diz.

Participando do curso de neuróbica – ginástica dos neurônios – há três meses, a psicopedagoga Graziela Mongelli, de 42 anos, diz que seu cérebro nunca funcionou tão bem. Ela conta que desde que começou os encontros semanais vê o mundo de forma muito mais ampla. “Agora eu vejo e enxergo. Amplia a visão. Melhorei na faculdade, na leitura. Estou muito mais rápida e concentrada. Melhora muito a cognição, além do emocional”, diz.

Também integrante do grupo, Melina Mazzini, de 22 anos, estudante de arquitetura, brinca e se lembra da teoria do mito das cavernas de Platão. “Deu uma iluminada. Consigo ver as coisas que eu não via”, finaliza.

O curso de neuróbica é dado no Ateliê de Lara que fica na Rua 7 de Setembro, 1758. Mais informações 9860-1400.

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