O prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte, diz haver “cheiro de orquestração” e interesse político na paralisação de funcionários terceirizados dos Ceinfs (Centros de Educação Infantil), iniciada na manhã desta segunda-feira (12). “A manifestação é legítima, mas não pode prejudicar a população”, disse ele, durante visita às obras da Avenida Guaicurus.

Fontes, entre os próprios manifestantes, revelam que assessores do ex-prefeito, Alcides Bernal, cassado em março, se infiltraram entre os grevistas nesta manhã. Enquanto isso, Olarte mantém a postura de diálogo para resolver o impasse, que envolve o reajuste de salário concedido no começo do mês pela prefeitura.

O município deu 8% para os funcionários da prefeitura. Os terceirizados, contratados via Omep (Organização Mundial pela Educação Pré-Escolar) e Seleta (Sociedade Caritativa e Humanitária), pedem 20%. O único consenso, até agora, é com a redução na carga horária de oito para seis horas diárias.

“Não vamos deixar de conversar. Uma minoria quer confronto, mas não queremos confrontos”, apazigua Olarte, que se reuniu pela manhã com representantes dos terceirizados. Eles voltam à mesma mesa ainda hoje, às 17 horas, para uma rodada de negociações que o prefeito espera ser definitiva.

Os manifestantes decidiram deixar a frente do Paço Municipal, onde permaneceram boa parte da manhã, mas mantiveram a paralisação. O prefeito pediu que os terceirizados voltassem o trabalho, mas eles querem, antes, ouvir a contraproposta do município e, até lá, dizem que vão continuar parados.

Olarte lembrou que há uma orientação do MPE (Ministério Público Estadual) para convocar monitores aprovados em concurso para os Ceinfs. “Se for necessário, vou chamar. O que não pode é o trabalhador não ter onde deixar o filho”, rebateu o prefeito.

Números da prefeitura revelam que 38% dos 95 Ceinfs da Capital estão parados hoje. O Senalba (Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional no Estado de Mato Grosso do Sul), que representa os grevistas, fala em 96% de paralisação.

Ainda segundo disse o prefeito ao visitar as obras da Guaicurus, a atual gestão tem dois meses de trabalho à frente do Executivo. “Mas, estamos dando muito mais benefícios que na gestão anterior”.