O Movimento de Mulheres de Mato Grosso do Sul se reuniu para a elaboração de uma carta pública destinada à Secretaria Municipal da Mulher com uma série de proposições para que a pasta avance na garantia dos direitos às mulheres. A nota elaborada ontem (26) e enviada nesta sexta-feira (27) ao Midiamax também questiona o perfil da nova secretária, Liz Danielle Derzi Wasilewski de Matos Oliveira.

Para a formulação da carta, participaram mulheres representando os movimentos Mulheres do PT, Mulheres do PPS, Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, do Movimento Negro e do Indígena, além de feministas autônomas, que não compõem entidades específicas.

Mais de 15 entidades devem assinar a carta (que está anexa em link abaixo) em breve, segundo a psicóloga e diretora da ONG Bem Mulher, Cristiane Duarte. “Nossa primeira preocupação foi quanto ao currículo da secretária. Pelas informações da mídia, ela não tem nenhuma formação ou experiência com a gestão pública. Segundo é a falta de proximidade com o Movimento de Mulheres. Ela algum dia fez parte de alguma reunião?”, questiona.

Cristiane explica que a crítica não é quanto a pessoa, mas que Liz Danielle não tem o perfil ideal para comandar a Secretaria da Mulher em Campo Grande. “Esta pasta é muito cara para nós. A política pública é muito complexa para este setor, por isso nós demonstramos essa preocupação e pedimos formalmente que ela mantenha o diálogo aberto”, explicou Cristiane.

A carta pontua que a Secretaria da Mulher foi criada em 2013 após revindicação do movimento e que, apesar da antiga gestora também não ter sido indicação das mulheres e sim do ex-prefeito, ela as recebeu já na posse e Liz Danielle sequer as convidou.

O documento ainda relembra que Mato Grosso do Sul foi o primeiro Estado do país a implantar um órgão público direcionado às políticas de gênero, com a criação, em 1999, da CEPPM (Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para Mulher).

“Queremos que ela se comprometa com as demandas do movimento e a política pública nacional já existente para as mulheres e por isso a reivindicação por um diálogo aberto conosco”, finaliza a diretora da ONG Bem Mulher.