Mesmo aprovada, lei que altera nomes de ruas ligados à Ditadura Militar ainda não saiu do papel

O projeto de lei 7.440/2013 que prevê a alteração de nomes de ruas ligados à Ditadura Militar, aprovado em 4 de dezembro do ano passado, ainda não teve ações práticas para que as mudanças sejam feitas. De acordo com o coordenador do Comitê Memória, Verdade e Justiça de Mato Grosso do Sul, Lairson Palermo, a […]

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O projeto de lei 7.440/2013 que prevê a alteração de nomes de ruas ligados à Ditadura Militar, aprovado em 4 de dezembro do ano passado, ainda não teve ações práticas para que as mudanças sejam feitas. De acordo com o coordenador do Comitê Memória, Verdade e Justiça de Mato Grosso do Sul, Lairson Palermo, a entidade ainda aguarda retorno do vereador Wanderley Cabeludo (PMDB), autor da lei, para efetuarem as mudanças.

A lei prevê alteração de nomes de avenidas como a Ernesto Geisel e Costa e Silva e de qualquer outra via que leve nome de pessoas que participaram da Ditadura Militar que governou o país de 1º de abril de 1964 até 15 de março de 1986. O projeto foi aprovado por unanimidade pelos parlamentares.

De acordo com Palermo, após o retorno do vereador o comitê irá se preparar para a primeira campanha de mudança de nomes de rua. “Já passamos pela parte da vitória, que é a aprovação da lei, e agora temos que partir para ação no sentido de modificar”, afirma.

A expectativa é que a discussão sobre as mudanças dos nomes ocorra em programação de atividades agendada para os dias 31 de março e 1º de abril pelo comitê.

Conforme Palermo alguns nomes já foram cogitados para substituir os de ditadores, a principal proposta é de Ulysses Guimarães. Político e advogado brasileiro que teve grande papel na oposição à ditadura militar e pela redemocratização do Brasil. Morreu em 1992, em um misterioso acidente aéreo de helicóptero no litoral de Angra dos Reis (RJ). Atualmente, seu nome também é dado a Fundação Ulysses Guimarães ligado ao PMDB.

Também foram cogitados nomes como o do político Trancredo Neves, que adoeceu as vésperas de sua posse na presidência da república, e faleceu dias depois, em 1985, e do líder indígena guarani Marçal de Souza, de Mato Grosso do Sul. “A prioridade é que sejam substituídos por nomes de pessoas que de alguma forma foram prejudicados enormemente pelo golpe Militar”, explica.

As cidades de Porto Alegre e São Paulo já tiveram nomes de vias ligados a ditadores alteradas.

Prédios Públicos

Diante da atitude do Governo do Estado da Bahia, que mudou oficialmente o nome do Colégio Estadual Presidente Emílio Garrastazu Médici para Carlos Mariguella, na sexta-feira (14), o Comitê Verdade e Justiça cogita também reivindicar a alteração de nomes de prédios públicos. “Se isto não estiver especificado na lei vamos sugerir”, afirma.

A assessoria do vereador Wanderley Cabeludo não atendeu a reportagem do Midiamax até o fechamento da matéria.

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