Família aguarda há três dias liberação de corpo de bebê morto no Hospital Regional

Depois de cinco dias de bebê ter morrido ‘misteriosamente’ no Hospital Regional, em Campo Grande, família aguarda há 3 dias a liberação do corpo pelo Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol) para o sepultamento. De acordo com o laudo da autopsia do hospital, a causa morte seria embolia pulmonar, mas a família e a […]

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Depois de cinco dias de bebê ter morrido ‘misteriosamente’ no Hospital Regional, em Campo Grande, família aguarda há 3 dias a liberação do corpo pelo Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol) para o sepultamento.

De acordo com o laudo da autopsia do hospital, a causa morte seria embolia pulmonar, mas a família e a Associação das Vítimas de Erro Médicos de Mato Grosso do Sul (Avem-MS) discordam e desconfiam que o recém-nascido teria se afogado com leite, o que resulta em erro médico.

Segundo o pai, Júlio César Ramires dos Santos, de 37 anos, vigilante, a esposa era hipertensa e se internou no hospital devido a pressão arterial, que estava muito alta. Conforme o pai, o parto seria feito assim que normalizasse a pressão arterial da esposa.

O vigilante contou que sua esposa, Liane Botelho de Moura, de 36 anos, mais de dez horas aguardando em uma maca sem comer ou beber. “Ela chegou às 12h30min e só às 10h54min que ela foi atendida sem darem comida ou água. Minha esposa esperando enquanto outras gestantes que chegavam depois passavam em sua frente, isso é um absurdo”, relembra.

O pai disse que após o parto a esposa, ainda sob efeito da anestesia da cirurgia, teve de amamentar o bebê. “Logo depois do parto levaram meu filho para minha esposa, e mesmo com efeito da anestesia a enfermeira levou o bebê para dar de mamar”, ressalta.

Júlio César ainda disse que a enfermeira deixou Liane sozinha com a criança e que a maca em que estava não tinha nem proteção lateral ou berço para acomodar a criança. “Como que uma pessoa sem condições pode ser deixada sozinha para amamentar o bebê e sem nenhum equipamento de segurança”, relata.

O pai alega que foi imprudência tanto da enfermeira como dos médicos. A enfermeira depois de deixar o recém-nascido para amamentar retornou meia hora depois e levou a criança já morta. “Deixaram minha esposa sozinha com meu filho e sob efeito anestésico e depois dizem que ele morreu. Eu quero justiça porque eles foram negligentes”, destaca.

O vigilante disse que não chegou nem ver o filho com vida. “Por volta das 1h30min eu recebi a notícia que meu filho havia morrido e eu nem cheguei a vê-lo vivo”. O pai acredita que foi erro médico, bem como dos funcionários do setor que provocaram a morte do filho.

Segundo Júlio César, a gravidez foi acompanhada e todos os exames necessários foram feitos e comprovaram que o bebê não tinha nenhum problema. “Como podem alegar que meu filho morreu de embolia pulmonar se fizemos todos os exames morfológicos e deu que estava tudo certo com ele”, indaga.

Agora a família aguarda o laudo do IMOL para saber o que causou a morte da criança. “Imagina eu ver todo dia minha esposa dormir com a roupinha do bebê e chorando? Quero saber a verdade do que aconteceu com meu filho e quero justiça”, finalizou.

Com o apoio da Avem-MS a família registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil e por ordem do delegado o corpo da criança está retido no IMOL para avaliar a causa da morte. Caso seja comprovada negligência os médicos e enfermeiros do hospital Regional poderão ser incriminados.

Procurada pelo Midiamax, a Secretaria Estadual de Saúde informou que foi instaurada, pela direção do Hospital Regional, nesta segunda-feira (14), uma sindicância para verificar os procedimentos de atendimento do bebê e apurar os possíveis erros.
Ainda não foi definido o prazo de conclusão das investigações, uma vez que a instauração da sindicância ainda não foi publicada no Diário Oficial do Estado. O limite de 30 dias para a finalização da apuração deve ser contado a partir do dia em que foi feito o registro oficial.

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