Dólar sobe 0,26% e interrompe quatro pregões de queda

O dólar subiu nesta quarta-feira ante o real, interrompendo quatro pregões seguidos de queda, diante da cautela de investidores antes do feriado local em São Paulo pela abertura da Copa do Mundo e em um ambiente de intensa intervenção do Banco Central. O volume financeiro do pregão, assim como na véspera, foi bastante baixo, o […]

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O dólar subiu nesta quarta-feira ante o real, interrompendo quatro pregões seguidos de queda, diante da cautela de investidores antes do feriado local em São Paulo pela abertura da Copa do Mundo e em um ambiente de intensa intervenção do Banco Central.

O volume financeiro do pregão, assim como na véspera, foi bastante baixo, o que ajudou a manter a moeda americana presa à banda informal de R$ 2,20 a R$ 2,25. A divisa teve alta de 0,26%, a R$ 2,2340 na venda. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em cerca de R$ 900 milhões.

“O volume (de negócios) foi fraco, já entrando no ritmo de Copa. O que prevaleceu foi uma busca maior por proteção porque amanhã não vai ter leilão de swaps”, afirmou o operador de câmbio da corretora Intercam, Glauber Romano, explicando que a compra de dólares foi concentrada na segunda metade do pregão.

O BC não vai realizar leilões de swaps nas ofertas de ração diária e da rolagem por conta do feriado em São Paulo na abertura da Copa do Mundo. Pelo feriado, não haverá pregão na BM&FBovespa. Como o feriado é local, haverá mercado de câmbio com abertura normalmente às 9h, mas o fechamento antecipado às 13h. No leilão diário deste pregão, o BC vendeu novamente a oferta integral de até 4 mil swaps: foram 500 com vencimento em 1º de dezembro deste ano e 3,5 mil para 2 de fevereiro do próximo, com volume financeiro equivalente a US$ 198,8 milhões.

Em seguida, vendeu a oferta total de até 10 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em junho. Ao todo, já rolou cerca de 37% do lote total, que corresponde a US$ 10,060 bilhões. O dólar não tinha uma sequência de quatro quedas consecutivas, que acumulou desvalorização de 2,43%, desde o início de abril, quando passou a ser negociada dentro da banda informal de R$ 2,20 a R$ 2,25 e ficou presa nela até o fim de maio. Esse intervalo, acredita o mercado, agradaria ao BC por não ser inflacionário e não afetar as exportações do país.

A moeda norte-americana chegou a ir momentaneamente acima do teto no começo deste mês ao se aproximar de R$ 2,30, com os investidores especulando sobre a prorrogação das intervenções diárias do BC no câmbio. Na noite de sexta-feira, no entanto, a autoridade monetária informou que estenderá seu programa para além de junho, mas não forneceu detalhes. No mercado também há expectativa de mais entradas de recursos externos. O Banco do Brasil lançou nesta quarta-feira bônus perpétuos no volume total de US$ 2,5 bilhões, segundo o IFR, serviço da Thomson Reuters.

Na semana passada, a entrada líquida de moeda estrangeira acelerou, com saldo positivo de US$ 2,109 bilhões, informou o BC mais cedo. Na última semana de maio, ela havia ficado superavitária em US$ 663 milhões, mas o mês acabou fechando com déficit acumulado de US$ 813 milhões.

A primeira parte deste pregão foi marcada pelo dólar operando sem tendência e com leves variações ante o real, mesmo diante da valorização da divisa no exterior em relação a outras moedas emergentes, como a lira turca ou o peso chileno. Já o euro manteve-se perto das mínimas de quatro meses em relação ao dólar por conta da pressão sofrida pela moeda comum com o aumento da diferença entre os rendimentos dos bônus europeus e de seus pares.

“A alta do dólar não é grande surpresa dado a performance dos últimos dias. O fato é que o real tem negociado muito bem em comparação com outros emergentes”, disse o operador de câmbio de banco nacional, localizado no Rio de Janeiro.

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