Dólar cai 0,29% ante real, de olho em BC e fluxo positivo

O dólar fechou em queda sobre o real nesta quarta-feira, em meio à constante atuação do Banco Central e refletindo o quadro de ingresso de recursos externos atraídos pelos juros domésticos altos e pela estabilidade recente do câmbio. Durante boa parte do pregão, investidores trabalharam com cautela, à espera da ata da última reunião do […]

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O dólar fechou em queda sobre o real nesta quarta-feira, em meio à constante atuação do Banco Central e refletindo o quadro de ingresso de recursos externos atraídos pelos juros domésticos altos e pela estabilidade recente do câmbio.

Durante boa parte do pregão, investidores trabalharam com cautela, à espera da ata da última reunião do Federal Reserve. Mas, segundo analistas, o documento divulgado à tarde não trouxe grandes novidades sobre os próximos passos do banco central dos Estados Unidos. A moeda norte-americana recuou 0,29%, a R$ 2,2105 na venda. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,5 bilhão

“Temos visto bastante fluxo para o Brasil, especialmente para renda fixa. O dólar parado do jeito que está significa um risco a menos para o investidor”, afirmou o superintendente de derivativos da CGD Securities, Sérgio Campanille.

O Brasil registrou entrada líquida de US$ 380 milhões na semana passada, segundo o BC. O saldo positivo foi puxado pelo superávit de US$ 1,067 bilhão na conta financeira, por onde passam os investimentos estrangeiros diretos, em portfólio e outros. No ano até a última sexta-feira, o fluxo cambial no país estava positivo em US$ 3,483 bilhões.

O dólar tem oscilado entre R$ 2,20 e R$ 2,25 desde o início de abril, também pela ação diária da autoridade monetária. Analistas avaliam que o BC estaria satisfeito com esse patamar, pois não é inflacionário e, ao mesmo tempo, não pressiona as exportações.

Pela manhã, vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, no leilão diário. Todos os swaps vendidos vencem em 2 de fevereiro do próximo ano e equivalem a US$ 198,4 milhões. O BC também ofertou contratos para 1º de dezembro deste ano, mas não vendeu nenhum.

Em seguida, também vendeu a oferta total de swaps em leilão de rolagem. Até agora, foram rolados pouco menos de 35% do lote total que vence no próximo mês, equivalente a US$ 9,653 bilhões.”A história é: o dólar se aproxima de R$ 2,20, o pessoal compra. Sobe muito, os investidores largam a mão”, afirmou o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.

A expectativa antes da divulgação da ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed adicionou um componente de cautela durante boa parte do pregão. De acordo com o documento, foram debatidas ferramentas que poderiam ser utilizadas numa eventual retirada da política monetária ultraexpanionista, mas sem decisão final.

“A ata foi vaga demais para ter algum impacto significativo nos mercados”, disse o operador de uma corretora internacional. Juros mais altos nos EUA poderiam atrair para a maior economia do mundo recursos atualmente aplicados em países como o Brasil, pressionando o câmbio. No exterior, o dólar subia ante o euro, refletindo expectativas de que o Banco Central Europeu (BCE) afrouxe a política monetária no mês que vem.

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