Condenados no mensalão, Delúbio e Lamas começam a trabalhar

O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares começou a trabalhar como assessor da direção nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores), em Brasília, na manhã desta segunda-feira (20). Com novo visual, ele chegou ao local de trabalho por volta das 8h e foi recepcionado por três sindicalistas. Delúbio trabalhará até às 18h e terá que voltar […]

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O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares começou a trabalhar como assessor da direção nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores), em Brasília, na manhã desta segunda-feira (20). Com novo visual, ele chegou ao local de trabalho por volta das 8h e foi recepcionado por três sindicalistas.

Delúbio trabalhará até às 18h e terá que voltar para dormir na prisão. Ele já está no Centro de Progressão Penitenciária, presídio destinado a presos que têm trabalho externo ou saída temporária. O local fica em outra região da cidade, longe do Complexo Penitenciário da Papuda, onde ele estava desde novembro.

Ao chegar no trabalho, Delúbio não quis falar com a imprensa. No pedido de emprego, a defesa do petista informou que ele receberá um salário de R$ 4.500. De acordo com a CUT, Delúbio vai produzir relatórios para sindicatos e confederações de trabalhadores. Esta não é a primeira vez que ele atua junto à CUT, entidade historicamente ligada ao PT.

Condenado no processo do mensalão, Delúbio cumpre pena de 6 anos e 8 meses em regime semiaberto por corrupção ativa. No entanto, ele ainda pode perder o benefício do trabalho externo e ir para o regime fechado porque há um recurso para ser julgado pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Se ele perder, será condenado a 2 anos e 3 meses por formação de quadrilha, elevando a pena para 8 anos e 11 meses.

Delúbio é o primeiro petista a conseguir o benefício, que ajuda na redução da pena. A cada três dias de trabalho, ele tem um dia abatido da pena. Ele ainda terá que pagar uma multa de R$ 466,8 mil.

JACINTO LAMAS

O ex-tesoureiro do PL (atual PR) Jacinto Lamas também começou a trabalhar na manhã de hoje como assistente administrativo em uma empresa de engenharia de Brasília.

De acordo com a defesa, a empresa pagará a Lamas o salário de R$ 1.200 para desempenhar tarefas como receber correspondências, atender telefonemas e esclarecer dúvidas sobre a parte financeira, coordenar compras e manter organizado arquivos e cadastros da empresa. Além do salário, Lamas receberá vale transporte e R$ 11 por dia de vale alimentação. Lamas cumpre 5 anos de prisão em regime semiaberto.

Seu advogado, Délio Lins e Silva, informou que, apesar de ele poder almoçar em qualquer restaurante que esteja em um raio de 100 metros do local de trabalho, ele deve ficar recluso para evitar o contato com a imprensa. Lamas foi levado ao trabalho hoje por um irmão mas nos demais dias poderá usar seu carro particular. Ele poderá deixar o veículo estacionado do lado de fora do CPP, onde cumpre a pena, e utilizá-lo de dia para ir trabalhar.

Silva afirmou ainda que conversou com Lamas hoje rapidamente sobre o pagamento da multa de R$ 370 mil e o valor deverá ser parcelado. A defesa ainda vai apresentar o pedido à Justiça nesta semana.

TRABALHO EXTERNO
Além de Delúbio e Lamas, o ex-ministro José Dirceu pediu para trabalhar em um hotel de Brasília, mas teve o benefício negado após denúncias de que um dos donos do estabelecimento era suspeito de ser laranja. Após o episódio, ele pediu para trabalhar no escritório do advogado José Gerardo Grossi com um salário bem menor do que os R$20 mil oferecidos pelo hotel.
Outros dois condenados já obtiveram autorização para o trabalho externo: os ex-deputados Pedro Henry (PP-MT) e Romeu Queiroz (PTB-MG).

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