Com morte de Maksoud, parentes disputam herança de milionário sul-mato-grossense
Os filhos do empresário sul-mato-grossense Henry Maksoud, fundador do lendário hotel que leva seu nome em São Paulo e que teve o cantor Frank Sinatra como atração em sua inauguração, entraram na justiça dias antes de sua morte pedindo sua interdição. Henry Maksoud nasceu na cidade de Aquidauana e morreu na ultima quinta-feira (17) aos […]
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Os filhos do empresário sul-mato-grossense Henry Maksoud, fundador do lendário hotel que leva seu nome em São Paulo e que teve o cantor Frank Sinatra como atração em sua inauguração, entraram na justiça dias antes de sua morte pedindo sua interdição. Henry Maksoud nasceu na cidade de Aquidauana e morreu na ultima quinta-feira (17) aos 85 anos.
Por trás da ação judicial, os filhos diziam haver apenas preocupação com seu estado de saúde. Para o advogado do empresário, Márcio Casado, porém, a real preocupação era a proximidade de Maksoud com o neto Henry, filho do primogênito Roberto e administrador dos negócios, e o destino de sua fortuna, calculada em R$ 500 milhões. Com a morte do empresário, na última quinta-feira, vítima de câncer, aos 85 anos, a disputa agora deve tomar outros rumos.
Com sua morte, o processo para interditá-lo extingue-se. E com a abertura do seu inventário, o que deve acontecer ainda esta semana, tudo pode acontecer — diz Casado, informando que, além da ação para interditar Henry Maksoud, há ao menos outros quatro processos movidos por seus dois filhos, que vão desde prestações de contas das empresas administradas pelo neto a tentativas de assumir o controle dos negócios.
Maksoud vivia com a mulher Georgina, uma ex-manicure que trabalhou no hotel, em uma mansão na Chácara Flora, bairro de classe alta na Zona Sul de São Paulo. O empresário divorciara-se da primeira mulher, Ilde, em 1979. Dois anos depois, em 1981, assumiu o relacionamento com Georgina, com quem só se casou em 2011.
“Acho que vai haver uma grande divergência (entre os filhos) e a viúva, com quem ele se casou recentemente e com separação total de bens”, diz Luiz Roselli Neto, sócio do escritório Novaes & Roselli, que advoga para Roberto.
O primogênito, que administrou o Maksoud Plaza com o pai nos tempos áureos do hotel, nos anos 1980, está em “plena sintonia” com o irmão Cláudio, segundo Roselli. O advogado de Roberto diz ainda que, embora não tenha havido nenhuma decisão da Justiça no curso do processo para interditar judicialmente o empresário, foram produzidas “provas” que serão importantíssimas para a apuração do inventário.
Testamento particular
Como exemplo, Roselli cita supostos relatos de funcionários de Maksoud confirmando que o empresário sofria de demência há anos, que a mulher e o neto “negavam” o acesso dos filhos ao pai, além de manipulá-lo. O empresário lutava também contra um câncer.
“Existem indícios de que há um testamento particular, o que estranhamos muito, pois no estado em que ele se encontrava, como poderia produzir um documento de partilha confiável?”, indaga Roselli. “Se o documento realmente existir, vamos contestá-lo veementemente.”
O advogado de Roberto afirma que Georgina casou-se com Maksoud sob regime de “separação total de bens”, o que a excluiria da partilha de seu patrimônio.
Sobre as outras ações a que se refere Casado, Roselli diz não saber detalhes, pois devem estar sendo movidas por Cláudio. Mas admite que tais disputas fazem sentido. Ele disse que Roberto “teve conhecimento de que a viúva e o neto, seu filho, chegaram a pedir judicialmente que o irmão, Cláudio, desocupasse o apartamento em que mora no hotel. Cláudio reverteu a ação e o despejo não se consumou”. Mas o processo continua na Justiça.
“ Cláudio é artista (pianista e pintor), um bon vivant. Ele e o irmão não se conformam que o neto fosse o preferido de Maksoud para administrar seus negócios”, diz Casado.
Roselli rebate a afirmação dizendo que os herdeiros de Maksoud são Roberto e Cláudio.
(Com informações globo.com)
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