O prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP), concedeu aumento e benefício que juntos passam de 30% de aumento para quase nove mil servidores municipais. A assinatura da ata foi na manhã desta quarta-feira (30) com o Sisem (Sindicato dos Servidores Municipais de Campo Grande/MS).

“Contando com os benefícios, a redução da carga horária e o reajuste de 8% algumas categorias ultrapassam os 30%”, afirmou o presidente do Sisem, Marcos Tabosa. Segundo ele, para os agentes comunitários o aumento passa de 35%; os administrativos em Educação, 30%; e os técnicos de enfermagem, 12%.

Além do aumento de 8% para os servidores de referência de 1 a 13, também foi criado o Cartão Alimentação para algumas categorias. Para os servidores do administrativo da Educação o valor do benefício será de R$ 120; os agentes comunitários de saúde terão cartão no valor de R$ 140, assim como os técnicos e auxiliares de enfermagem.

Os guardas municipais que tinham o Brasil Card – outra categoria de cartão alimentação – e que foi cancelado pelo ex-prefeito Alcides Bernal (PP), agora voltarão a receber o benefício no valor de R$ 100.

Os servidores do administrativo da educação ainda terão redução da carga para 30 horas semanais. “Este era um anseio antigo da categoria, ainda teremos que adequar, mas os índices mostram uma diminuição de servidores doentes que apresentam atestado médico”, pontuou Olarte. A nova carga horária valerá a partir do dia 1º de junho.

Os agentes comunitários de saúde também terão redução na carga horária. No entanto, os servidores desta categoria terão que garantir a meta de 10 visitas diárias. Estes servidores também terão reajuste de 10% na produtividade SUS.

Uma preocupação da administração é a profissionalização dos servidores. Por isso, os trabalhadores administrativos da Educação que concluírem o Profuncionario terão aumento de 30% sobre o vencimento base. Segundo o presidente do Sisem, hoje são mais de 500 funcionários que têm direito de receber o benefício.

Caixa da prefeitura

O prefeito admitiu que o caixa para cumprir o acordo ainda não é suficiente. Atualmente o Executivo gasta R$ 86,5 milhões com folha de pagamento – quase 50% dos 51% do Orçamento permitido por lei. “Teremos muito trabalho para conseguir honrar o compromisso”, afirmou Olarte.

Para resolver o impasse, a solução apresentada é o andamento dos processos da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) que ajudará no aumento da arrecadação. “Tem mais de três mil processos na Semadur para construção de torres de hotéis, apartamentos e loteamentos. Só um loteamento poderia render R$ 2,5 milhões por ano”, explicou o prefeito.

Conforme Olarte, o ano passado o aumento na arrecadação da corrente líquida de Campo Grande foi de apenas 3%, quando a média histórica é de 17,99%. “Esses 17,99% representa alguns milhões”, ressaltou.

Outras categorias

Marcos Tabosa disse que as negociações para outras categorias vão continuar neste feriado. “Acredito que fechamos tudo neste fim de semana”, disse. Ainda restam as categorias de 14 a 16 e os servidores de nível superior. “Vou aguardar o prefeito me ligar”, completou.
Além das categorias ligadas ao Sisem, também falta fechar a negociação dos fiscais e dos professores. O prazo para negociação é dia 20 de maio, quando fecha a folha de pagamento.

Crescimento do quadro

Com a redução da carga horária de algumas categorias, o quadro funcional poderá aumentar para suprir os horários vagos. Em relação a novas contratações o prefeito não se pronunciou. Já o presidente do Sisem disse não estar preocupado com isso. “Isso ai é com o Executivo”, finalizou.