Cliente de Campo Grande radicaliza contra marca de carro zero que ‘só apresenta defeito’

Ter um carro zerinho, com tudo que tem direito é o desejo de muita gente. Não precisar ir ao mecânico, trocar peças desgastadas e todos os problemas que um carro velho costuma ter foi o motivo que levou N.R.Z. a escolher o J2 – da Jac Motors. O modelo completo, com ar, vidros elétricos, air […]

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Ter um carro zerinho, com tudo que tem direito é o desejo de muita gente. Não precisar ir ao mecânico, trocar peças desgastadas e todos os problemas que um carro velho costuma ter foi o motivo que levou N.R.Z. a escolher o J2 – da Jac Motors. O modelo completo, com ar, vidros elétricos, air bag, motor 1.4 atendia perfeitamente as expectativas do consumidor, até colocar o carro para fora da concessionária.

N.R.Z. conta que já na primeira semana de uso do carro, a embreagem baixou e ele precisou levar o veículo para ser ‘ajustado’. “Não tinha nem uma semana e deu o primeiro problema, depois foi vindo outro e mais outros”, diz, enumerando os defeitos.

Com 3,7 mil quilômetros rodado, o coxim do motor, suporte que prende o motor quebrou. Sem peça para troca imediata N.R.Z. diz que precisou andar com a peça soldada por 15 dias até que fosse trocada. “Não tinha peça a pronta entrega aqui. Tiveram que pedir de fora. Ai eles consertaram e quando chegou a nova trocaram”, diz.

Passados mais alguns quilômetros no hodômetro, poucos antes de completar os 10 mil, o carro foi para a primeira revisão e outro problema: os amortecedores precisaram ser substituídos, e não estavam inclusos na garantia. “Levei o carro para a revisão com 9,7 mil km rodados. Para minha surpresa um amortecedor traseiro e outro dianteiro precisaram ser trocados, e quando fui ver não estava incluso na garantia”, diz

Para N.R.Z. não faz sentido um carro com menos de 10 mil kms rodados já ter que trocar os amortecedores. “Quando me falaram que não iriam trocar que é desgaste natural eu disse que o carro não prestava, porque com 9,7 mil quilômetros e já tem desgaste de amortecedor? Fora que falaram que fazia 16 km por litro, com ar ligado, e não faz nem com ar desligado. Além disso, os vidros laterais se abaixam muito começa a bater”, critica.

Procon

Se sentido lesado, o consumidor conta que procurou a Jac Motors por várias vezes. Em algumas foi atendido, em outras não. E sem resolver por definitivo o problema e se sentir insatisfeito foi ao Procon (Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor) e entrou com uma cão contra a empresa.

A Jac Motors foi ao encontro, mas eles não entraram em acordo. N.R.Z. diz que vai procurar a Justiça comum e entrará com uma ação para que resolvam os problemas. Segundo ele, a chave de seta não está funcionando direito, os vidros estão com problemas e a embreagem.

Outro lado

O diretor da concessionária Jac Motors em Campo Grande, Cleber Oliveira Dias, diz que tem feito de tudo para resolver as questões, mas o desgaste natural das peças não cabe a eles trocarem. “O que for de desgaste natural ou mau uso é por conta do consumidor. No item 3.2.2. do manual diz que ‘ peças que sofreram desgastes por questões de uso deverão ser periodicamente substituídas correndo todas as despesas por conta do proprietário”, diz ele, citando como exemplo amortecedor, rolamento, buchas, pneus, tambor , pastilhas de freio, palheta de limpador, correias, entre outras.

As peças que estão na garantia são as que não sofrem desgaste natural, diz, e cita a central de abs, central do air bag, entre outras.

Quanto ao consumo do veiculo, ele diz que isso depende da forma como o consumidor dirige. “A gasolina depende como a pessoa dirige, o trânsito que ela pega. Cada cliente faz um tipo de consumo. Não temos como dizer que vai fazer x ou y por litro, não falamos isso”, contesta.

Em relação à audiência no Procon foi ríspido. “Se o Procon não resolveu, eu é que vou resolver. A gente quer dar atenção, mas se é mal uso não posso fazer nada. Eu sigo regras”, se defende.

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