Após morte em corrida, cardiologista orienta atletas sobre sinais do corpo

Praticar atividade física está na moda. Em Campo Grande, é crescente o número de empresas que promovem caminhadas e corridas para estimular hábitos saudáveis, mas após a morte de um participante de 31 anos na 6º Meia-Maratona Internacional do Pantanal Volta das Nações, muitos ficaram em dúvida se qualquer pessoa pode participar deste tipo de atividade.

Segundo o clínico cardiologista Luiz Ovando, especializado em medicina esportiva, até mesmo os corredores mais experientes precisam respeitar os limites do corpo e interpretar os sinais que ele envia durante a atividade.

O médico esportista disse que praticar atividade física é muito bom, mas tudo deve ter uma preparação e orientação. “A recomendação que faço é de que se a pessoa não está bem preparada ela não deve participar, principalmente de provas que exigem muito do corpo”, alega.

O cardiologista explicou também que o clima influencia bastante e que se estiver muito calor é importante hidratar bem o corpo. “O corpo é uma máquina e precisa de manutenção como qualquer outra e pode parar de funcionar a qualquer momento”, resaltou.

O especialista disse ainda que em relação ao irmão o ter orientado a diminuir o ritmo por causa do cansaço o ideal era que ele parasse porque o corpo já deu sinais que não estava bem. “No caso deste participante que já demonstrava um sinal de cansaço, o ideal mesmo era que ele parasse e não concluísse a prova”, afirma.

Luiz Ovando ainda ressalta aos participantes que é muito importante avaliar sempre a saúde antes de participar de qualquer corrida. O cardiologista disse que não é necessário exigir dos participantes exames antes das provas, mas que todos devem fazê-los na pré-preparação.

O médico esportista disse também que principalmente as pessoas acima de 35 anos devem regularmente avaliar a saúde do corpo. “O problema atualmente que vejo nas corridas é que qualquer pessoa acha que pode participar sem saber se o corpo está preparado para aquele esforço que ela está disposta a fazer. Atividade física é boa, mas precisa de orientação e avaliação antes de ser feita”, pontua.

O cardiologista ressalta ainda que pessoas que sofrem tabagismo, excesso de peso, sedentarismo, diabetes, entres outras, não devem fazer esse tipo de prova sem antes ter a certeza de um profissional que ela está preparada para praticar o esforço físico.

“Orientação é fundamental e quando a pessoa está consciente dos riscos ela é mais atenta. E cautela é tudo e se a pessoa sentir qualquer coisa diferente o ideal é que pare imediatamente”, finaliza.