Sobrevivente: loja vive do rock há três décadas em Campo Grande

Resiliente como o Rock in Roll a Du Gezzu sobrevive no mesmo ponto na Rua Ruy Barbosa, entre a Avenida Afonso Pena e a Rua 15 de Novembro, há 33 anos. Mesmo dono, mesmo espaço, mesmo nicho de mercado a loja é mantida com a venda de artigos para roqueiros como camisetas, coturnos e uma […]

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Resiliente como o Rock in Roll a Du Gezzu sobrevive no mesmo ponto na Rua Ruy Barbosa, entre a Avenida Afonso Pena e a Rua 15 de Novembro, há 33 anos. Mesmo dono, mesmo espaço, mesmo nicho de mercado a loja é mantida com a venda de artigos para roqueiros como camisetas, coturnos e uma outra diversidade de mercadorias que até expõe na vitrine facas.

“Pra mim o Rock é um negócio e devo minha vida ao Rock. Fui o primeiro a ter um estabelecimento voltado a esse público em Campo Grande, em uma época que enfrentei muito preconceito. Hoje é diferente, já que os pais entram com os filhos na minha loja e podem assumir que são roqueiros. Comecei a vender esse tipo de produto quando vi que ninguém fazia isso e fiquei anos sem ter concorrência”, lembra Gezzu Barbosa da Silva, de 52 anos, que fundou o estabelecimento em 1980, com o seu nome.

Os ‘Anos Oitenta’ foi a época dourada da Du Gezzu. O dono recorda que por seis anos propaganda veiculada nas afiliadas da Globo e do SBT em Mato Grosso do Sul, assim como publicidade nos principais jornais impressos e rádios. Depois as três décadas de funcionamento o período mais crítico ocorreu em 2012, que terminou em 26 de dezembro com um desafio inesperado ao empresário.

Um dia após o Natal, na madrugada antes do retorno ao comércio, Gezzu teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC), que lhe gerou uma paralisia motora em todo o seu lado direito do corpo. Por conta do problema de saúde o empresário não anda mais e gasta R$ 300,00 por semana com Fisioterapia.

“Conheço ele há 18 anos, já trabalhei aqui e voltei agora em razão do estado de saúde do Gezzu. Sou enfermeira e concilio com a loja para ajudar. Mais que funcionário o considero um amigo também”, relata a vendedora Rosely Aparecida Hilário que trabalha com Cristina da Silva, mãe da menina que socorreu o empresário no dia do AVC.

Vitrine

Um dos assuntos que mais entristecem e tiram do sério Gezzu é o Reviva Centro. O projeto da Prefeitura Municipal, iniciado na gestão de Nelson Trad Filho, fez com que o empresário abrisse mão de um dos seus maiores orgulhos: a vitrine suspensa. A adequação do comércio exigiu a retirada do toldo e uma reordenação da faixada, que precisou até ficar sem nome.

“Tive que atender porque senão era uma multa de R$ 5 mil por dia depois da notificação, um absurdo. Pra mim fazia toda diferença na loja e para quem passava nos ônibus, mas agora nem nome tenho na frente. Muita gente nem reconhece. É uma falta de respeito do ex-prefeito esse projeto”, reclama o dono da loja.

Sem a vitrine superior a frente da loja expõe acessórios de Rock in Roll, camisetas e até facas, que segundo as vendedoras são procuradas por colecionadores. Os roqueiros na loja possuem duas preferências bem claras: as camisetas das bandas, as máscaras de terror e o estúdio de tatuagem e piercing.

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