Rússia denuncia ameaças contra partidários de conferência de paz Genebra 2

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, denunciou nesta segunda-feira que grupos “terroristas” sírios ameaçaram os países que defendem a conferência de paz Genebra 2.

“Não é a primeira vez. Neste caso, as ameaças são dirigidas contra aqueles que se atreveram a apoiar a conferência de Genebra proposta pela Rússia e pelos Estados Unidos com o apoio de toda a comunidade internacional”, disse Lavrov, citado pelas agências locais.

O diplomata denunciou também que diplomatas russos no exterior também foram ameaçados.

O chefe da diplomacia russa argumentou que os países apoiam Genebra 2 “de palavra”, mas “nos fatos” algumas potências têm uma grande influência sobre a oposição síria e fazem todo o possível para obstruir a iniciativa de paz.

Por isso, Lavrov considerou que “a situação em relação a Genebra 2 exige uma urgente ingerência por parte daqueles que têm influência na oposição”.

“Surgiram uma série de problemas relacionados ao fato da oposição se dispersar em grupos separados. Cada grupo tem opiniões diferentes”, criticou.

O ministro lembrou que existem grupos na Síria que afirmam abertamente que atuam por ordem da Al Qaeda.

O regime do ditador sírio, Bashar al-Assad, informou que tem intenção de participar de Genebra 2, enquanto a principal aliança opositora, a Coalizão Nacional Síria (CNFROS), mostrou-se reticente.

Dezenove facções armadas sírias rejeitaram a reunião e afirmaram que consideram um ato de “traição” comparecer ao encontro em um vídeo divulgado pela internet.

O enviado especial da ONU para a Síria, Lakhdar Brahimi, que chegou hoje a Beirute a caminho para Damasco, irá se reunir em 5 de novembro em Genebra com representantes dos Estados Unidos e da Rússia para impulsionar a convocação da conferência de paz.