“Pacote” de milho/soja volta a superar preço recebido pelo frango vivo

Pela primeira vez nos últimos seis meses, o volume de milho e farelo de soja necessário à produção de um quilograma de frango vivo (um “pacote” aqui composto por 75% de milho e 25% de farelo de soja) supera o preço recebido pelo produtor.
Isso não ocorria desde dezembro de 2012, ocasião em que – a despeito da contínua valorização do “pacote” – a forte retomada de preços do frango permitiu cobrir o custo das duas matérias-primas.
Mesmo com a fortíssima desvalorização enfrentada pelo frango desde o início de 2013, a diferença se manteve nos três primeiros meses do ano, pois milho e farelo de soja também registraram forte desvalorização.
Mas isso cessou em abril passado, quando o preço médio do frango e o valor do “pacote” praticamente se igualaram.
E sofre nova reversão em maio corrente, pois o frango vivo continuou registrando queda em relação ao mês anterior, enquanto as duas matérias-primas básicas dão sinais de estabilização e/ou reversão.
Os valores apontados pelo gráfico para maio corrente correspondem aos preços registrados ontem, 22, no interior de São Paulo.
E indicam que o valor do “pacote” é 25% superior à cotação máxima atualmente obtida pelo frango vivo.
Notar que as duas matérias-primas integrantes do “pacote” representam apenas a maior parcela do custo de produção do frango.
Ou seja: ainda que seu custo tenha recuado nos últimos meses, os demais custos não sofreram redução.
Assim, a defasagem ora existente entre custo de produção e preço de venda pode ser bem maior que a que vem sendo admitida.