Movimentos sociais reagem à formação de milícias por fazendeiros e recorrem ao MPF
Os movimentos sociais procuraram o Ministério Público Federal no início da tarde desta quarta-feira (20), para protocolar documento pedindo providências em relação aos conflitos no campo entre proprietários rurais e indígenas. A principal reivindicação é impedir que as entidades representativas do agronegócio formassem milícias. A intenção era de que o documento fosse entregue a…
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Os movimentos sociais procuraram o Ministério Público Federal no início da tarde desta quarta-feira (20), para protocolar documento pedindo providências em relação aos conflitos no campo entre proprietários rurais e indígenas. A principal reivindicação é impedir que as entidades representativas do agronegócio formassem milícias.
A intenção era de que o documento fosse entregue ao procurador da República, Emerson Kalil Siqueira, contudo, o documento foi colhido por outro procurador, que preferiu não ter o nome revelado. Apenas disse que recebeu o documento em respeito aos movimentos sociais e que outro procurador deveria receber a documentação.
Ao todo, 10 representantes dos movimentos sociais se reuniram com o procurador para discutir a situação. Cerca de 90 entidades assinam o pedido de providências em relação a contratação de seguranças particulares pelos fazendeiros para reagir diante das ocupações indígenas.
O presidente da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), Roberto Botarelli, afirmou que o que está acontecendo é muito preocupante. “Estamos preocupados com a segurança dos mais fracos. Está explícito que eles estão tentando montar milícias e que isso é um crime”, afirmou.
As entidades acreditam que a segurança tem que ser feita pela polícia e pedem que o governo federal resolva o impasse que ocorre em Mato Grosso do Sul. Entre as atitudes que evidenciam a estratégia dos fazendeiros, eles citam a realização de um leilão, em que R$ 600 mil reais foram arrecadados para financiar a contratação de seguranças, entre outros custos, e a ocupação do prédio da Fundação Nacional do Índio (Funai), na capital, na manhã desta terça-feira (19), onde uma ex-proprietária rural desejou abertamente que os índios morressem.
Os movimentos sociais afirmam que outro documento será entregue para ao Ouvidor Agrário Nacional, desembargador Gercino José da Silva Filho, no Distrito Federal. O documento possui quatro pontos, sendo que o primeiro pede sua vinda ao estado, e o outro, que interceda sobre o conflito junto à Corregedoria da Justiça Federal e a retomada da entrega de alimentos às comunidades indígenas.
Além disto, as entidades pedem o afastamento do delegado da Polícia Federal, Alcídio de Souza Araújo, responsável pelo processo de desocupação da fazenda Buriti, em Sidrolândia, que teria proferido diversas declarações ofensivas. No documento são citadas as terras indígenas Yvi Katu, em Japorã; Pillad Rebuá, em Miranda; e Apy Ka’y, em Dourados, que estão sob tensão.
Entre as entidades que assinam o documento estão: Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Trabalhadores Sem Terra(MST), Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH ), Marçal de Souza e Federação dos Trabalhadores em Agricultura (Fetagri).
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