Índios que ocupam terras em Japorã denunciam que foram cercados por pistoleiros
Os índios da etnia Guarani Kaiowá que ocupam propriedades rurais no município de Japorã, distante 477 quilômetro de Campo Grande, denunciaram por meio de informativo do Aty Guasu, que foram cercados por 10 pistoleiros na fazenda São Jorge (antigo Agrolac), no sábado (2). A propriedade teve pedido de reintegração de posse expedido na terça-feira (29) […]
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Os índios da etnia Guarani Kaiowá que ocupam propriedades rurais no município de Japorã, distante 477 quilômetro de Campo Grande, denunciaram por meio de informativo do Aty Guasu, que foram cercados por 10 pistoleiros na fazenda São Jorge (antigo Agrolac), no sábado (2). A propriedade teve pedido de reintegração de posse expedido na terça-feira (29) pela juíza federal de Naviraí, Ana Aguiar dos Santos Neves.
Conforme o relato publicado na página do Facebook do conselho, o proprietário da fazenda localizada na terra indígena Yvy Katu, mandou 10 pistoleiros cercar o local onde os índios estão acampados e ao mesmo tempo mandou soltar dezenas de cabeças de gados para pisotear barracas e os próprios indígenas. “Essas táticas de violências dos fazendeiros para expulsar os Guarani e Kaiowa é antiga”, afirmam.
O fazendeiro teria dito aos índios que a iniciativa foi por conta da reintegração. Ele estaria sendo escoltados por seguranças particulares, pistoleiros e pela Polícia Federal. Conforme o informativo, segundo o MPF (Ministério Público Estadual), este proprietário já tem garantida a indenização da terra.
Se confirmada, a ação ocorreu no dia seguinte ao encontro de cerca de 300 produtores rurais para discutir a situação, realizado na sexta-feira (1), na fronteira entre Iguatemi e Japorã. A reunião contou inclusive com deputados da bancada ruralista do Estado.
A assessoria de imprensa do Cimi (Conselho Indigenista Missionário) afirmou que chegou a haver tiros contra a comunidade indígena acampada na fazenda. A assessoria da Funai (Fundação Nacional do Índio) informou que desconhece a informação, apesar de ter dois servidores na área de conflito.
A fazenda faz parte de um total de 14 propriedades que incidem sobre a Terra Indígena de Yvy Katu, declarada em 2005, mas com processo de demarcação parado.
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