Empresa tem atividade suspensa por comercializar água contaminada

A Empresa Transportes Água Santa Ltda. teve a atividade suspensa e dois caminhões-pipa apreendidos hoje (19) por captação e venda ilegal de água. Constatou-se ainda que a água comercializada como potável, para um condomínio de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio, estava contaminada. Em uma análise físico-química da água do poço, o Instituto Estadual do […]

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A Empresa Transportes Água Santa Ltda. teve a atividade suspensa e dois caminhões-pipa apreendidos hoje (19) por captação e venda ilegal de água. Constatou-se ainda que a água comercializada como potável, para um condomínio de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio, estava contaminada. Em uma análise físico-química da água do poço, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) encontrou coliformes fecais termotolerantes, bactérias e um alto teor de fluoreto (forma iônica do flúor).

O fluoreto é um sal inorgânico prejudicial ao corpo humano, pois agride certos órgãos, principalmente os digestivos, podendo provocar gastrite aguda, problemas nos ossos e, em última instância, com o uso continuado, até mesmo depressão e má formação de feto.

A empresa captava água de um poço artesiano explorado ilegalmente no terreno de sua sede, na Estrada da Chácara, 578, no Largo do Tanque, em Jacarepaguá, e vendia para condomínios e empresas na zona oeste do Rio. A operação foi desencadeada pela Coordenadoria Integrada de Crimes Ambientais (Cicca), da Secretaria de Estado do Ambiente.

O síndico do condomínio Victória Top Parque, Antônio Ferreira Cunha, disse que foi a primeira vez que comprou água da empresa e “acreditava ser de boa qualidade, embora não soubesse a procedência”. Segundo ele, cada caminhão-pipa custava R$ 800, mas como havia comprado dois, o dono da empresa fez por R$ 750 cada um.

O coordenador da Cicca, coronel da Polícia Militar, José Maurício Padrone, informou que a Secretaria do Ambiente tinha indícios suficientes para lacrar o poço e suspender as atividades da empresa. Mas optou por monitorar os caminhões até o consumidor final para poder caracterizar o crime de comércio ilegal de substâncias nocivas à saúde humana.

“Os síndicos dos condomínios têm que estar atentos. Na hora de comprar água de caminhões-pipa, devem exigir a outorga do local de captação emitida pelo Inea ou um cupom eletrônico, para comprovarem que a água é procedente de um ponto de distribuição da Cedae [empresa distribuidora de água do Rio]”, explicou.

O proprietário da Empresa Transportes Água Santa Ltda., Juarez Rodrigues Salvador, foi levado para a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente e responderá por crime ambiental e contra a saúde pública. Também poderá ser multado por comercializar substâncias nocivas à saúde humana.

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