Amianto pode gerar maior processo trabalhista do Brasil
A briga judicial entre ex-trabalhadores contaminados pela exposição prolongada ao amianto e a maior fabricante de telhas com o mineral do país, a Eternit, pode dar origem ao maior processo trabalhista-ambiental do Brasil. Duas ações civis públicas pedem indenização bilionária por danos morais coletivos e assistência médica a cerca de 10 mil trabalhadores que teriam […]
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
A briga judicial entre ex-trabalhadores contaminados pela exposição prolongada ao amianto e a maior fabricante de telhas com o mineral do país, a Eternit, pode dar origem ao maior processo trabalhista-ambiental do Brasil. Duas ações civis públicas pedem indenização bilionária por danos morais coletivos e assistência médica a cerca de 10 mil trabalhadores que teriam sido afetados na extinta fábrica da Eternit de Osasco, em São Paulo, fechada nos anos 90.
No dia 7 de outubro, a juíza Raquel Gabbai de Oliveira, da 9ª Vara do Trabalho de São Paulo, admitiu a ação civil pública ajuizada pela Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (Abrea), entidade na defesa das vítimas, que pede o pagamento de indenizações individuais que variam entre R$ 500 mil e R$ 800 mil reais por trabalhador exposto ou vítima de contaminação.
Na esteira da acolhida, a juíza determinou a reunião desta demanda com a ação civil pública ajuizada em agosto deste ano pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). O pleito em questão pede que a Eternit seja multada em R$ 1 bilhão por danos morais coletivos à saúde dos funcionários, além do custeio do tratamento hospitalar. A notícia levou as ações da Eternit (ETER3) a registrarem desvalorização de 5,5% na mínima desta segunda-feira.
Julgamento
A união dessas duas ações civis públicas contra a Eternit pode desencadear o maior caso da Justiça do Trabalho no país. Maior até do que o caso Shell/Basf, cujo acordo judicial ultrapassa R$ 600 milhões. As indenizações foram motivadas em consequência da contaminação na fábrica de pesticidas da Shell/Basf em Paulínia (SP), entre 1974 e 2002, que afetou a vida de mais de mil pessoas.
No caso da Eternit, de acordo com o MPT, as placas pleurais são as doenças mais frequentemente encontradas nos trabalhadores, associadas ou não a outras patologias relacionadas ao amianto e advindas do manuseio incorreto e sem segurança. A asbestose, conhecida como “pulmão de pedra”, por exemplo, destrói a capacidade do órgão de contrair e expandir, impedindo o paciente de respirar. Normalmente, a asbestose se manifesta décadas após a contaminação.
Procurada a Eternit afirmou, em nota, que “a Companhia reforça sua crença na Justiça brasileira e espera que sejam consideradas as evidências técnicas e científicas no julgamento destas ações, excluída a suscetibilidade a pressões de grupos desfavoráveis ao uso do amianto crisotila, apenas com base na malsucedida experiência europeia”. (Veja íntegra da resposta ao final desta matéria)
Caso europeu
A ação civil pública que o MPT move contra a Eternit tem como paradigma o processo de Turim, na Itália. Em fevereiro de 2012, o antigo dono da Eternit na Europa, o suíço Stephan Schmidheiny, e seu ex-dirigente, o barão belga Jean-Louis Marie Ghislain de Cartier de Marchienne, foram condenados a 18 anos de prisão por crime de desastre doloso e culpados pela morte de 3 mil pessoas.
Notícias mais lidas agora
- Polícia investiga ‘peça-chave’ e Name por calúnia contra delegado durante Omertà
- Ex-superintendente da Cultura teria sido morto após se negar a dar R$ 200 para adolescente
- Suspeito flagrado com Jeep de ex-superintendente nega envolvimento com assassinato
- Ex-superintendente de Cultura é assassinado a pauladas e facadas no São Francisco em Campo Grande
Últimas Notícias
Lula segue internado e fará exames de sangue, diz boletim médico
Alta está prevista para a próxima semana
Banco Central leiloará US$ 3 bilhões na 2ªfeira para segurar o dólar
Dinheiro das reservas será vendido com compromisso de recompra
Carreta tomba em pista molhada e espalha carga de serragem na na BR-163
Acidente aconteceu na manhã deste sábado (14), em Rio Brilhante
Neto tem busto inaugurado no Parque São Jorge e se emociona em homenagem do Corinthians
José Ferreira Neto se emocionou diante do reconhecimento do seu time do coração
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.