Seguidas licenças de Russo podem prejudicar representatividade de MS no Senado
Em licença desde 14 de julho, o senador Antonio Russo (PR) vem desfalcando a bancada sul-mato-grossense no Senado e pode prejudicar os interesses do Estado diante de votações importantes previstas para os próximos dias. Até agora, o parlamentar, que assumiu a cadeira da senadora Marisa Serrano, tirou três licenças que juntas somam 110 dias de […]
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Em licença desde 14 de julho, o senador Antonio Russo (PR) vem desfalcando a bancada sul-mato-grossense no Senado e pode prejudicar os interesses do Estado diante de votações importantes previstas para os próximos dias.
Até agora, o parlamentar, que assumiu a cadeira da senadora Marisa Serrano, tirou três licenças que juntas somam 110 dias de afastamento. A distância dos trabalhos em plenário, no entanto, soma 135 dias diante do AVC (Acidente Vascular Cerebral) sofrido em 14 de julho.
Primeiro Russo se afastou por 70 dias. Depois, pediu mais 30 dias. Em 14 de novembro, solicitou outros 10 dias. Picadas, as licenças impediram Ruben Figueiró de Oliveira (PSDB) de assumir o cargo e de garantir a representatividade de três nomes de Mato Grosso do Sul no Senado.
Pelo regimento interno da Casa de Leis, o suplente só é convocado quando a licença atingir 120 dias. Em caso de convocação do substituto, o titular continuaria recebendo normalmente o salário e as vantagens do cargo. Mesmo assim, Russo optou por mais de uma licença.
Primeiro suplente, Walter Pereira, da mesma forma que Russo, virou senador em substituição ao titular. Ele alerta que a ausência de um representante faz falta ao Estado. “Sempre que há um desfalque, há prejuízos, até porque são apenas três senadores por Estado e um voto, às vezes, pode ser decisivo”, ponderou.
Para evitar riscos, Pereira vê na convocação do suplente a solução. “Se ele tira licença de 120 dias, o Estado não sofre prejuízos, porque convoca o suplente”, frisou. “Em determinado momento, o voto dele pode ser necessário para preservar o interesse do Estado, mas ele está ausente e não há suplente para representá-lo”, emendou.
O governador André Puccinelli (PMDB) também vê com preocupação a situação, mas adotou cautela por conta da situação de Russo. “É claro que a presença física seria melhor, mas eu não entro nessa questão pessoal porque eu imagino o que ele esteja sofrendo. Ele que tem que dizer; não posso interpretar por ele”, disse.
Colega de bancada, o senador Waldemir Moka (PMDB) frisou que Russo tem “direito da licença”. “Neste momento, me preocupa muito mais o restabelecimento dele, do que ter um suplente, colocar o suplente poderia sinalizar que é uma coisa muito mais séria”, avaliou.
O senador Delcídio do Amaral (PT) reconhece que “há muito trabalho”, porém, disse que, por enquanto, está dando para preservar os interesses do Estado. “Até porque as votações mais importantes estão passando pela CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) e, como presidente, estou no controle do processo”, afirmou. “Agora, que é um assunto delicado, é”, completou.
Primeiro suplente de Russo, Figueiró disse que “se for convocado está pronto para cumprir com o dever”. Ele, no entanto, afastou qualquer articulação no sentido de virar senador.
Votações importantes
Em final de ano, a pauta no Senado está cheia e repleta de temas polêmicos. Além do Orçamento da União para 2013 e das emendas parlamentares, movimentam a Casa de Leis novas regras de partilha do Fundo de Participação dos Estados (FPE), a renegociação da dívida com a União, a divisão dos royalties do petróleo e a guerra fiscal dos Estados por conta do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço).
Ciente da importância das votações, o governador André Puccinelli convocou toda a bancada federal, além de entidades, para se unir para emplacar projetos de interesse a Mato Grosso do Sul. Ao mesmo tempo, prefeito reeleitos e eleitos não saem de Brasília em busca de recursos por meio das emendas parlamentares.
Via assessoria, Russo informou retornar ao Senado nesta semana para apresentar suas emendas individuais. Nos bastidores, a informação é de que ele estaria se preparando para voltar de fato à Casa de Leis em fevereiro, depois do recesso parlamentar. Por conta do AVC, ele estaria com um braço paralisado e com dificuldades para falar. Neste sentido, está faz sessões de fisioterapia e fonoaudiologia.
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