Marinha continua busca por dois pescadores desaparecidos após naufrágio em Santa Catarina

A Capitania dos Portos e o Corpo de Bombeiros de Santa Catarina recomeçaram ao amanhecer deste domingo (25) as buscas por dois homens desaparecidos após o naufrágio de um barco pesqueiro ocorrido às 23h de sexta (23) na costa de Florianópolis.

Um homem sobreviveu e foi encontrado por pescadores às 6h de sábado (24). O mar está frio e agitado, com ondas de até três metros, o que diminui as chances de sobrevivência dos náufragos.

Participam da busca um avião, um helicóptero, o barco patrulha Urupi e duas lanchas, todos da Marinha. Um alerta foi emitido às embarcações que navegam na região para se ligarem.

A temperatura da água em 25ºC (12 menos do que a temperatura corporal) e o tempo de 36 horas de exposição dos náufragos é a maior preocupação das equipes de resgate.

Segundo a literatura médica, um ser humano imerso perde calor cinco vezes mais do que quando exposto ao ar. Menos de 30 graus causa hipotermia grave e inconsciência em cinco minutos. Entretanto, há relatos de náufragos que sobreviveram em águas a 14ºC.

Outra preocupação das autoridades é que o piloto e dono da embarcação, Dalmo Murílio de Maria, não estava usando colete salva-vidas no momento do acidente.

O sobrevivente chegou a declarar que ele teria morrido no momento do choque do barco com as pedras, mas para a Marinha ainda é cedo para falar em mortes.

A Marinha também estuda as correntes para organizar a busca. No início de sábado, elas estavam no sentido nordeste.

No final do dia veio uma frente fria do Sul e elas mudaram de lado –um helicóptero dos Bombeiros fotografou destroços ao sul do ponto do acidente.

Segundo o comandante da Capitania dos Portos, Cláudio Lisboa, as buscas vão continuar porque em casos assim é impossível prever o acontecido.

“É difícil, mas assim como o sobrevivente conseguiu ficar sete horas no mar com seu colete, os outros podem ter sobrevivido, e estar em algum costão isolado”.

Francisco contou que o barco virou por ação das ondas e que em seguida bateu nas rochas.

Ele saltou no mar e se agarrou numa tábua. Uma baleeira com pescadores que atuavam na área avistaram e recolheram o náufrago, depois de sete horas na água.

Ele foi desembarcado às 13h de sábado (23) no Porto de Itajaí (100 km ao norte de Florianópolis), dando início às buscas pelos demais.