Diretório do PT em Bonito decide expulsar Nandinho dos Correios

Por unanimidade, o diretório municipal do PT em Bonito, oficializou a expulsão do presidente da Câmara, vereador Reginaldo Nunes da Rocha, o Nandinho dos Correios. De acordo com o presidente da sigla, João Ubaldo, a decisão já foi protocolada no diretório estadual e aguarda o desligamento definitivo de Nandinho.

O partido criou uma comissão executiva e outra investigativa para análise do pedido. Dois advogados elaboraram relatórios com vídeos, testemunhos, matérias, decisão da juíza, inquérito policial e outras provas.

“A decisão do partido foi unânime. Ele já tinha sido afastado no ano passado. Juntamos as informações e eu protocolei pessoalmente na manhã desta segunda-feira (1) o documento pedindo a expulsão dele no diretório regional. Agora temos que aguardar a decisão”, explicou.

A reportagem tentou falar com o presidente do diretório estadual, Marcus Garcia, mas não obteve sucesso.

Caso

Nandinho foi preso em flagrante no dia 14 de setembro, em operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), junto com o assessor Francisco Miguel, pelo crime de concussão – extorsão praticada por servidor público, no exercício de suas funções ou em razão delas.

Ele estaria exigindo dinheiro de vereadores e ex-vereadores da legislatura 2004/2008 para liberar diferença salarial a que eles têm direito num total de R$ 49 mil para cada. O vereador saiu da cadeia no sábado (22/09). O processo corre sob segredo de Justiça.

Reincidentes

Nandinho e Luisa foram afastados de seus cargos em 31 de maio de 2011 depois que o Ministério Público abriu investigação para apurar tentativa de suborno, propina e compra de votos, referente a eleição da presidência da Casa de Leis. Na época os vereadores Amir Peres Trindade (PDT) e Josmail Rodrigues (PSDB) denunciaram que a então presidente da Câmara (Luisa) estava exigindo cerca de R$ 16 mil de cada um dos nove vereadores.

De acordo com as denúncias Luisa tentou convencer os parlamentares a aprovar a Lei Orgânica do município, que legalizaria a reeleição dela. Os vereadores refutaram a ideia e o projeto acabou barrado. Passado alguns dias, Luisa teria pedido R$ 12 mil aos vereadores – algo em torno de R$ 1,3 mil de cada um. Esse dinheiro, segundo alegação dela, deveria ser devolvido por “problemas” no relatório contábil da Câmara.

Assim a vereadora Luiza conseguiu que o seu aliado, Nandinho do PT, se elegesse presidente da Casa. No dia 07 de junho, o desembargador Josué de Oliveira, acatou Agravo de Instrumento e concedeu efeito suspensivo anulando o afastamento para que eles retornassem à Câmara.