CPI do Cachoeira ouvirá o senador Demóstenes na quinta-feira

O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) será ouvido na quinta-feira, às 10h15, pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira. Ele é acusado de usar o cargo para favorecer as atividades do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. As informações são da Agência Senado. Um dia antes, na quarta, às 10h, será a […]

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O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) será ouvido na quinta-feira, às 10h15, pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira. Ele é acusado de usar o cargo para favorecer as atividades do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. As informações são da Agência Senado.

Um dia antes, na quarta, às 10h, será a vez de Cláudio Abreu, ex-diretor da empresa Delta no Centro-Oeste, investigado por supostamente ser o principal operador de Cachoeira. Ele foi preso pela Polícia Federal em abril na Operação Saint-Michel. No mesmo dia, estão marcados os depoimentos de outras quatro pessoas ligadas ao esquema do bicheiro: José Olímpio de Queiroga Neto; Gleyb Ferreira da Cruz; Lenine Araújo de Souza; e Jayme Eduardo Rincón. Todos os depoimentos serão realizados no Plenário 2 da Ala Alexandre Costa do Senado.

Os advogados de Abreu já conseguiram da ministra Carmem Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), o reconhecimento do seu direito de permanecer em silêncio para não se incriminar e de ser acompanhado por seu advogado.

Na semana passada, tanto Cachoeira quanto três dos acusados de assessorá-lo em atividades ilícitas se mantiveram em silêncio diante dos questionamentos dos parlamentares.

Convocação de governadores

Nesta terça-feira, a CPMI poderá pedir novos documentos , se aprovar os pedidos de quebra de sigilo da empreiteira Delta nacional. A comissão já aprovou a quebra do sigilo fiscal da Delta Centro-Oeste.

Também poderão ser votados no mesmo dia, às 14h, os pedidos de convocação dos governadores Marconi Perillo (Goiás), Agnelo Queiroz (Distrito Federal) e Sérgio Cabral (Rio de Janeiro).

Carlinhos Cachoeira

Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.

Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.

Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o PSOL representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.

O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir ouros políticos, agentes públicos e empresas.

Após a publicação de suspeitas de que a construtora Delta, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos, faça parte do esquema de Cachoeira, a empresa anunciou a demissão de um funcionário e uma auditoria. O vazamento das conversas apontam encontros de Cachoeira também com os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás. Em 19 de abril, o Congresso criou a CPI mista do Cachoeira.

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