Bovespa ganha mais de 3% no dia, mas acumula queda de 16% no trimestre

A Bovespa teve a maior alta em mais de três semanas nesta sexta-feira (29), impulsionada pelo acordo de líderes europeus no combate à crise da região, e escapou por pouco de registrar o pior trimestre desde 2008.

Com isso, o Ibovespa terminou junho com queda de 0,25%. Já no segundo trimestre, a Bovespa acumula prejuízo de 15,74%.

Nesta sexta, as ações da empresa do bilionário Eike Batista, OGX (OGXP3), tiveram alta acentuada, após o anúncio da troca de presidente. Na véspera, as empresas do bilionário lideraram as perdas na Bolsa.

Nesta sexta, duas empresas do bilionário estiveram entre as maiores altas do Ibovespa: a OGX (OGXP3) fechou o dia em alta de 8,91%, a R$ 5,50; e a MMX (MMXM3) subiu 17%, a R$ 5,85.

Dólar despenca mais de 3% e anula alta de junho
O dólar comercial despencou mais de 3% nesta sexta-feira, com força suficiente para anular a alta que acumulava em junho até a véspera. A euforia nos mercados veio com o acordo fechado pelos líderes da União Europeia, além da forte atuação do Banco Central e medida que envolve pagamento de exportações, que pode trazer mais dólares para o país.

A cotação do dólar comercial  fechou em queda de 3,20%, a R$ 2,01 na venda. No mês, ele acabou fechando com queda de 0,38%, revertendo a alta de 2,91% vista até ontem.

No ano, por sua vez, a moeda norte-americana ainda tem alta de 7,56%.

Acordo europeu
No último dia da cúpula de líderes da UE iniciada na quinta-feira (28), em Bruxelas, autoridades europeias concordaram em permitir que seu fundo de resgate injete dinheiro diretamente em bancos problemáticos a partir do ano que vem e que intervenha nos mercados de títulos para dar suporte a Estados-membros em dificuldade.

A medida, que alivia as pressões sobre uma eventual ruptura de grandes dimensões da moeda única europeia, foi acompanhada ainda pela promessa dos líderes participantes de criar um órgão supervisor único para os bancos da zona do euro, em um primeiro passo rumo a uma união bancária que pode amparar a Espanha.

As notícias sobre a cúpula da UE ofuscaram ainda um lote de indicadores mistos dos EUA, como os que deram conta de que o sentimento do consumidor norte-americano recuou para a mínima de seis meses em junho, e de que o ritmo da atividade empresarial no Meio-Oeste acelerou neste mês, impulsionado por uma situação melhor no mercado de trabalho.

Bolsas internacionais
As ações europeias fecharam em seus maiores níveis em sete semanas, após novas medidas adotadas por líderes europeus no combate à crise da dívida na região impulsionarem os índices acionários de referência e de bancos.

O índice FTSEurofirst 300, que reúne as principais ações europeias, fechou em alta de 2,64%, aos 1.021 pontos, nível mais alto desde o encerramento de 11 de maio deste ano, quando foram registrados 1.022 pontos.

Em Londres, o índice Financial Times fechou com alta de 1,42%, a 5.571 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX ganhou 4,33%, para 6.416 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 avançou 4,75%, a 3.196 pontos.

As Bolsas de Valores asiáticas também deram um salto e o euro subiu mais de 1%, após acordo de líderes europeus.

“Devido às expectativas tão depressivas do mercado com a cúpula, foi um pouco como se tivesse caído uma gota de chuva no deserto”, disse o economista sênior do Sumitomo Mitsui Trust Bank, Ayako Sera.

O índice de ações Nikkei do Japão deu um salto de 1,5%, mas continua com queda de cerca 11% até agora no segundo trimestre. (Com informações da Reuters)