Baixos salários geram desinteresse por empregos em Nova Andradina
O salário ofertado em alguns segmentos não tem despertado interesse nas pessoas que procuram uma colocação no mercado de trabalho em Nova Andradina. Esta realidade é constatada diariamente através do trabalho do Centro Integrado de Assistência ao Trabalhador (CIAT), no qual o mural permanece lotado com opções de emprego para vários setores. Segundo os responsáveis […]
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O salário ofertado em alguns segmentos não tem despertado interesse nas pessoas que procuram uma colocação no mercado de trabalho em Nova Andradina. Esta realidade é constatada diariamente através do trabalho do Centro Integrado de Assistência ao Trabalhador (CIAT), no qual o mural permanece lotado com opções de emprego para vários setores.
Segundo os responsáveis pelo órgão, muitas pessoas procuram oportunidades que ofereçam remuneração atraente, porém, não possuem a qualificação profissional exigida pelo empregador. Em entrevista recente ao Nova News, a diretora da Agência Pública de Empregos, Maria Aparecida Valdez, confirmou esta tese. “Se as pessoas não conseguem emprego, a deficiência está na qualificação, uma vez que, há muitas vagas disponíveis”, disse ela.
Caso que reflete esta situação é do jovem Jhonatan Barato, 23 anos, que saiu do interior do Paraná em busca de oportunidade aqui nas terras de Moura Andrade. Apesar da pouca idade, ele já possui Carteira Nacional de Habilitação (CNH) na categoria “D”, o que fez com que, em menos de 30 dias na cidade, já encontrasse emprego com carteira assinada em uma indústria.
Além disso, há o fato de que, se uma empresa contrata uma pessoa não qualificada para ocupar determinado cargo, o salário pago a este funcionário tende a ser inferior do que os vencimentos de um trabalhador da mesma categoria que possui capacitação profissional na área.
Porém no caso de Nova Andradina, até mesmo os trabalhadores com qualificação e experiência em determinadas áreas sentem os reflexos da desvalorização salarial. Em pesquisa realizada esta semana pelo Nova News, para o cargo de Operador de Caixa, foi constatado que o salário ofertado à categoria apresenta um déficit de aproximadamente 30% em relação aos vencimentos de trabalhadores da área em outras cidades com volume populacional proporcional ao da Cidade Sorriso.
Questionado sobre o fato, o presidente da Associação Comercial e Industrial de Nova Andradina (ACINA), Arion Aislan, afirmou que a suposta queda no faturamento dos comércios tem castigado os empresários. “Tenho certeza que os empregadores gostariam de pagar mais, porém eles vêm sofrendo drásticas reduções em suas margens de lucro”, explica ele.
O responsável pelo Sindicato dos Empregados no Comércio de Nova Andradina, Nilson de Souza, manifestou opinião semelhante à de Arion Aislan.
Segundo ele, para não demitir funcionários algumas empresas acabam pagando menos que o normal para categoria.
“Se uma pessoa não quer o emprego, tem pelo menos 20 currículos esperando pela vaga dela. A sobra de mão-de-obra na área comercial gera a desvalorização salarial”, afirma o presidente ao comentar que é difícil explicar este fato para a classe trabalhista.
Souza ainda disse que a situação econômica de Nova Andradina se torna cada vez mais delicada. “Fecha uma empresa com 20 funcionários e abre uma com cinco. Não tem mais onde colocar pessoas no comércio”, reclama ele.
A justificativa para o mau momento vivido pela economia de Nova Andradina seria o fechamento da unidade local do Frigorífico Independência, ocorrida em 2009. A empresa era responsável pela geração de cerca de 1.500 vagas de emprego, que injetavam aproximadamente R$ 1 milhão mensais na economia local.
A grande esperança
Após o anúncio da compra dos ativos do Independência pelo Grupo JBS, que pretende gerar cerca de 2.500 oportunidades de trabalho, uma onda de otimismo ganha força nos setores que regulam a economia local.
Para Nilson, a abertura de vagas de trabalho na indústria deverá desafogar o setor comercial, porém ele lembra que este processo pode levar tempo, e com isso, muitas empresas podem não resistir ao momento desfavorável. Na opinião dele, mais demissões iriam reduzir proporcionalmente o poder aquisitivo da população e este efeito dominó teria conseqüências graves para Nova Andradina.
Exemplo citado pelo presidente é o número de filiados do sindicato, que em 2009 ultrapassava 600 e, em 2012 não chega a 450 associados.
Ousadia
Na contra mão de alguns empresários locais, merece destaque o otimismo do empreendedor Carlos Alberto Dalavale, que apesar da vulnerabilidade do mercado, ousou e trouxe para a cidade a empresa Farol Motos, concessionária Yamaha, que gera mais de 10 empregos diretos, número que, na opinião dele, pode aumentar em breve.
Com visão positiva ele argumenta que mesmo em tempos de crise, o comércio local tem campo para trabalhar. “Minha meta é atingir em Nova Andradina o mesmo percentual das vendas que a empresa possui a nível nacional”, pontua, ao afirmar que, 70% do capital de giro vêm das lojas e pequenos estabelecimentos. “Vender é difícil, mas, oportunidade de vender a gente tem”, finaliza.
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