Três Lagoas gasta R$ 3,5 milhões com locação de veículos, mas não investe na Saúde

O vereador Ângelo Guerreiro (PSD), através de documentos municipais, que relatam nomes de locadores de veículos à Prefeitura de Três Lagoas e os valores pagos, trouxe à tona quanto o Município gasta com essa “opção administrativa” – cerca de R$ 300 mil, por mês.

Segundo Guerreiro, este dinheiro daria para comprar meios de transporte, como automóveis, caminhonetes, tratores e caminhões, que a Prefeitura necessita e vem locando. O parlamentar estava de posse da lista de pagamentos feitos pelo Executivo aos locadores.

Saúde Pública de Três Lagoas

A vereadora Marisa Rocha (PSB), reiterou solicitação, durante sua fala na tribuna, nesta primeira sessão noturna, quanto à contratação, com urgência, de um obstetra para atender às gestantes de alto risco. A parlamentar apontou que algumas das futuras mães chegam a perder o bebê, devido à falta desse especialista.

“Acredito que Três Lagoas tem recursos suficientes para suprir essa necessidade. As gestantes de alto risco são encaminhadas à Clínica da Mulher, mas sequer tem a data da consulta agendada. Outra solicitação que faço, novamente, é para a aquisição de um aparelho de ressonância magnética, que irá atender toda a população”, afirmou.

Para Jorge Martinho (PSD), que foi secretário de saúde durante a gestão de Simone Tebet (PMDB), melhorar a saúde pública não é anunciar em jornal e fazer discurso.

“Crescer não quer dizer se desenvolver. Três Lagoas deveria ser uma cidade onde a riqueza fosse estendida à população em geral. Quando sou informado que falta amoxilina, um dos principais antibióticos para combater infecções, em todas as Unidades de Saúde, concluo que as coisas não caminham como deveriam”.

Locações

Conforme relatado por Guerreiro, entre os veículos locados, existe uma caminhonete, ano 2002, cujo proprietário é um ex-servidor municipal, hoje proprietário de uma imobiliária.

“O irmão dele continua trabalhando na Secretaria de Finanças do Município. O valor pago por esta locação é de R$ 5.900 mensais. O veículo tem prestado serviço para a Secretaria Municipal de Educação. O que podemos concluir é que, passados 15 meses, com esse valor pago por esse aluguel, a Prefeitura poderia comprar uma caminhonete para o patrimônio público e ainda sobrariam R$ 2 mil, para ser investidos, talvez na compra de medicamentos para a Rede Pública de Saúde”, ponderou.

Para o líder da prefeita, Márcia Moura (PMDB), na Câmara, vereador Tonhão (PMDB), esta opção pela locação de veículos trata-se de uma política desenvolvida pela Administração Municipal. O parlamentar citou, ainda, que as contas do Município foram aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).

“Cada administração tem seu modo de trabalhar. O fato da Prefeitura optar pela locação de alguns veículos, não significa que seja ilegal. Essa é uma prática comum. 90% dos carros utilizados pela Fibria são alugados. Dessa forma, evita-se gastos com o desgaste natural do carro e com a manutenção”, argumentou Tonhão.

Entretanto, Guerreiro pediu um aparte ao colega para informar de que as manutenções dos veículos são de responsabilidade do locatário, no caso a Prefeitura, conforme consta no contrato.

Tonhão reiterou, dizendo que se referia às manutenções devidas ao desgaste do carro, com o passar dos anos.

“Vamos dar o exemplo de um carro locado em 2011, com contrato até 2014. No final desse período, ele vai estar desvalorizado e desgastado. Somente manutenções de rotina são feitas”, exemplificou ao explicar os possíveis motivos para a conduta do Executivo Municipal.

Jorginho do Gás (PSDB) defendeu a conduta do Executivo dizendo: “Não somos a única Cidade que loca carro. Não adianta questionar esse fato, pois isso está previsto em Lei. Nosso papel, enquanto vereador, é fiscalizar se os contratos então dentro das normas. Uma Cidade que arrecada tanto, como é o caso de Três Lagoas, não tem nada de anormal gastar cerca de R$ 300 mil, por mês, com locação de veículos”.