Saída de Kassab do DEM pode refletir na política de Mato Grosso do Sul

Prefeito paulista vai criar um partido e patrocinar fusão com o PSB; formar legenda nova tiraria a condição de infidelidade partidária dos interessados no projeto

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Prefeito paulista vai criar um partido e patrocinar fusão com o PSB; formar legenda nova tiraria a condição de infidelidade partidária dos interessados no projeto

Reportagem publicada nesta quinta-feira (24) na Folha de S. Paulo afirma que o prefeito Gilberto Kassab deixará o DEM até o fim de março, deve fundar uma nova legenda e, depois, intenciona fundir a sigla o PSB.

Mês passado Kassab esteve em Campo Grande e se reuniu com lideranças políticas regionais, entre as quais o prefeito Nelsinho Trad, do PMDB e o deputado federal eleito Luiz Henrique Mandetta, do DEM. O desejo do prefeito paulista para o seu projeto é atrair parlamentares principalmente os democratas. Durante a visita, o prefeito negava sua saída do partido (ver em notícias relacionadas, logo abaixo). 

Mandeta, que está em Brasília, disse ao Midiamax, por telefone, que se sente confortável do DEM e desconhecer o plano de Kassab. “Estou a vontade, fui bem recepcionado aqui [Congresso], estou num partido extremamente profissional”, disse o parlamentar. O prefeito de Dourados, Murilo Zauith, outro democrata ainda não comentou a questão.

De acordo com a Folha, a articulação foi fechada em café da manhã na casa de Kassab, na terça, com o governador Eduardo Campos (PE) e o presidente do PSB-SP, Márcio França -secretário de Turismo do governador Geraldo Alckmin.

Em crise com o comando nacional do DEM, Kassab negociava com o PMDB e o PSB um palanque para se candidatar ao governo em 2014. Publicamente, o prefeito diz que só anunciará a decisão no dia 15 de março. O cuidado se deve ao fato de que as conversas com o PMDB ainda não foram encerradas.

No fim de semana, ele recebeu o vice-presidente da República, Michel Temer, e ainda se encontrará com o ministro Moreira Franco (Assuntos Estratégicos). Kassab promete levar deputados, senadores e vice-governadores para o PSB.

A baixa mais notável em São Paulo será a do vice-governador Guilherme Afif Domingos, que já disse a aliados não ter como deixar de acompanhar o prefeito. A mudança de Afif promete abalar o Palácio dos Bandeirantes. À Folha o vice-governador disse que não há decisão, mas admitiu a hipótese de sair do DEM ao afirmar que será “fiel depositário” da aliança com Alckmin onde quer que esteja. “Sempre serei um elo conciliador, não importa em que partido estiver”, afirmou.

Na conversa com Eduardo Campos, presidente nacional do PSB, Kassab estimou levar para o novo partido não só filiados ao DEM. Além de Afif, o vice-governador da Bahia, Otto Alencar, do PP, também deve seguir o novo projeto.

Toda a negociação aconteceu com o aval da presidente Dilma Rousseff. Ela foi formalmente consultada por Campos sobre a costura com o prefeito paulistano, no início deste mês.

O novo partido será fundado para livrar de punições por infidelidade partidária os parlamentares que migrarem com Kassab. A troca de legenda só é permitida com a apresentação de uma “justa causa” e a criação de uma sigla é uma das justificativas aceitas pela Justiça Eleitoral.

Aos caciques do PSB, Kassab estimou em 20 o número de deputados federais que devem estar com ele -oito de São Paulo. As adesões devem vir de siglas como PTB, PP, PR e até PSDB.

Num primeiro momento, a nova sigla e o PSB devem formar uma Frente Nacional -união apenas simbólica.

No Congresso, atuarão como um bloco partidário, juntamente com o PC do B e o PTB. Só mais à frente haverá a fusão ou a incorporação da nova legenda pelo PSB.

LEGISLAÇÃO

Para fundar a nova sigla, que Kassab pensa em chamar PDB (Partido Democrático Brasileiro), será preciso recolher 490.305 mil assinaturas e obter registro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O novo partido tem de ter número de filiados equivalente a 0,5% da votação geral para deputado federal. A estratégia do prefeito é conseguir adesões em São Paulo e outros quatro Estados.

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