Ricardo Candia consegue habeas corpus para sair da cadeia

A defesa do ex-diretor de controle urbano da Prefeitura de Campinas, Ricardo Chimirri Candia, obteve o habeas corpus do suspeito de envolvimento em um esquema de fraudes de contratos públicos na cidade na tarde desta sexta-feira (27). O pedido foi aceito pelo desembargador Amado de Faria, do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo […]

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A defesa do ex-diretor de controle urbano da Prefeitura de Campinas, Ricardo Chimirri Candia, obteve o habeas corpus do suspeito de envolvimento em um esquema de fraudes de contratos públicos na cidade na tarde desta sexta-feira (27). O pedido foi aceito pelo desembargador Amado de Faria, do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP). Candia está preso desde o último dia 20, depois que teve a prisão temporária decretada e renovada até às 23h59 do próximo domingo (29) pela Justiça de Campinas. Ele ainda não deixou a cadeia anexa ao 2º Distrito Policial de Campinas, e antes de ser solto, fará exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).

O ex-diretor de controle urbano é citado muitas vezes no relatório do Ministério Público, que investiga denúncias de irregularidades em processos licitatórios, e mesmo depois de deixar o cargo na prefeitura, continuou influente no governo municipal e cobrando propina. É o que mostram as escutas telefônicas feitas pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e de Investigações Criminais), com autorização judicial.

As transcrições que constam nos relatórios da Promotoria apontam ainda que ele era mais próximo da primeira-dama e chefe de Gabinete, Rosely Nassim Santos, do que ela própria disse à EPTV no mês passado.

Ex-prefeito de Corumbá, Candia ocupou o cargo de diretor por cerca de quatro meses no início do governo de Hélio de Oliveira Santos. As empresas em nome dos filhos dele, a CD Empreendimentos e a RP Incorporações, são donas de 18 áreas onde estão instaladas torres de telefonia celular, como revelou a EPTV antes mesmo das prisões da semana passada. As autorizações eram feitas pelo departamento de Controle Urbano.

Novos trechos de conversas divulgados pelo MP, mostram que o ex-diretor continuou influente no governo, negociando propinas. Em um dos casos, ele intermediou a redução de uma dívida de IPTU, mas cobrou 15% sobre o valor. A quantia, que deveria ser paga em dinheiro, seria dividida entre ele, a “doutora” (que seria Rosely Nassim Santos) e uma outra pessoa.

A investigação do MP mostra que Candia intermediava várias negociações na prefeitura. De acordo com o ex-presidente da Sanasa e delator do esquema de corrupção, Luiz Augusto Aquino, era Candia quem buscava as propinas nas empresas que fechavam os contratos fraudulentos, junto com a primeira-dama.

Em entrevista à EPTV no mês passado, logo após as primeiras denúncias, Rosely Nassim Santos, disse que conhecia pouco o ex-diretor. Desde quinta-feira (26), a reportagem tenta falar com a chefe de Gabinete para que ela comentasse as novas ligações descobertas pelo MP, mas não obteve retorno.

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