Restaurante que explodiu estava proibido de usar GLP
Um laudo do Corpo de Bombeiros de agosto de 2010 afirmava que o restaurante carioca Filé Carioca, onde ocorreu a explosão que matou três pessoas na manhã desta quinta-feira (13), não tinha autorização para usar nenhum tipo de gás no local. A explosão deixou três mortos e 17 feridos e afetou grande parte do prédio […]
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Um laudo do Corpo de Bombeiros de agosto de 2010 afirmava que o restaurante carioca Filé Carioca, onde ocorreu a explosão que matou três pessoas na manhã desta quinta-feira (13), não tinha autorização para usar nenhum tipo de gás no local. A explosão deixou três mortos e 17 feridos e afetou grande parte do prédio onde ele fica instalado e interditou todo o quarteirão.
“A edificação não foi aprovada para utilização de gás combustível, seja sobre a forma de cilindro GLP ou canalizado (de rua), não sendo admitido e não sendo permitido o abastecimento de qualquer tipo de gás combustível sem prévia autorização da DGST”, diz o documento, se referindo à permissão da Diretoria Geral de Serviços Técnicos. Segundo a corporação, o edifício não tinha condições de segurança para abrigar este tipo de material.
A explosão teria origem na cozinha do restaurante. De acordo com a funcionária Michele Medeiros Santos, 29, os empregados da sentiram um forte cheiro de gás por volta das 7h e pediram que todos deixassem o local. “Este cenário é típico de uma explosão provocada por gás”, disse o coronel Sérgio Simões, comandante do Corpo de Bombeiros e secretário de Defesa Civil do Estado.
Até o fim da manhã foram retirados três botijões do restaurante. Os bombeiros ainda procuram uma série de botijões interligados que abasteciam o restaurante. “Até o momento encontramos três cilindros de gás de 13 kg. É proibido o uso de gás engarrafado em estabelecimentos como esse. É uma irresponsabilidade de quem utilizou esse tipo de gás”, afirmou Simões.
Bruno Castro, advogado do dono do restaurante, afirmou que o Filé Carioca prestará total apoio às vítimas. “O meu cliente está internado em uma clínica em estado de choque. O irmão dele acompanhava a abertura do estabelecimento todos os dias. Hoje não foi diferente. Ele [irmão] sofreu escoriações.”
Sobre o laudo dos bombeiros, Castro afirmou que deve analisar os documentos antes de se manifestar.
O coronel dos bombeiros disse que é impossível para a corporação investigar todos os casos irregulares. “É de total responsabilidade do Estado fiscalizar o uso de gás nos estabelecimentos, mas eu tenho uma equipe mínima que deve atentar todo o Estado do Rio de Janeiro. De fato, não conseguimos mensurar todos os estabelecimento irregulares”, afirmou.
O presidente do Crea-RJ (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura e Agronomia), o engenheiro Clayton Guimarães, criticou a situação. “A prefeitura deveria fiscalizar uma vez que concede o alvará de funcionamento. Se existe uma dificuldade na fiscalização, é algo de ver discutido. Se ela não ocorreu, isso é um absurdo.”
Segundo o atendente do estabelecimento Renato Fiel, 19, os cilindros de gás ficavam no subsolo, no mesmo local onde os funcionários trocavam de roupa. “Eu sei que o vazamento de gás começou ontem. Tinham seis cilindros de 45 litros de gás [cada um]”, disse Fiel.
Uma das pessoas feridas na explosão do restaurante, que era funcionária do local, relatou por telefone ao marido que o cheiro de gás era muito forte antes do acidente.
“Ela me ligou por volta das 7h30 e disse que havia um forte cheiro de gás no restaurante. Ela ficou na porta, esperando, e aí aconteceu a explosão”, afirma o marido de Daniele, Edivaldo dos Santos da Silva. Ainda segundo a mulher, todos os funcionários ficaram do lado de fora do estabelecimento, exceto três deles, que decidiram entrar e morreram no local.
Os mortos, todos homens, são Matheus Maio Macedo, 19, Josimar Barros, 20, e Severino Antônio –cujo sobrenome e idade ainda não foram informados. Severino era o cozinheiro-chefe do restaurante e Josimar, sushiman.
Veja no vídeo o momento exato da explosão
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