Promotor manda estudante que extorquiu colega em MS ajudar na limpeza da escola

Mãe do garoto terá que devolver todo dinheiro que ele tomou do colega sob ameaça de agressão. O jovem flagrado praticando bullying passará três meses na limpeza da escola pública como castigo alternativo à punição penal.

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Mãe do garoto terá que devolver todo dinheiro que ele tomou do colega sob ameaça de agressão. O jovem flagrado praticando bullying passará três meses na limpeza da escola pública como castigo alternativo à punição penal.

A partir de segunda-feira (30), o estudante de 13 anos de idade acusado de bullying por extorquir sob ameaças um colega da mesma idade e sala de aula de um colégio público de Campo Grande (MS), vai enfrentar uma jornada extra. Ao invés de punição penal, um castigo alternativo.

Pelo período de três meses, o garoto deve empregar parte de seu tempo na escola em atividades como arrumar as carteiras, limpar o pátio e lavar as vasilhas usadas na hora da merenda.

Já a mãe do agressor, que se diz arrependido pelo que fez terá de devolver o dinheiro pego à força do colega de classe. A medida será cumprida na escola para onde o garoto foi transferido nesta semana.

Por um ano esse aluno obrigou o colega a copiar e fazer suas tarefas e ainda dar-lhe dinheiro, caso contrário, disse que o surraria ou o mataria. A família da vítima calcula que o garoto, por medo, tenha dado ao menos R$ 1 mil reais ao agressor, dinheiro que ele pegava de uma mercearia dos pais.

Ao invés de seguir para a Unei (Unidade Educacional de Internação), morada dos menores infratores, o estudante agressor, apreendido na semana passada quando recebia parte do dinheiro extorquido, foi incluído num programa conhecido como de Ação Educativa criado pela 27ª Promotoria da Infância e Adolescência de Campo Grande.

O projeto, em prática desde 2009, determina que o estudante que pratica a violência contra colegas ou professores cumpra tarefas na escola e, se cometer uma nova infração, responde a uma ação penal.

Além de limpar a escola, o agressor terá de fazer um curso que trata do assunto bullying por três meses e, no final, terá de apresentar um trabalho a direção da escola. A mãe do agressor prometeu devolver R$ 500 à mãe da vítima, a metade da quantia arrecada com a extorsão, segundo o boletim registrado na delegacia da Polícia Civil.

O promotor de Justiça Sérgio Harfouche, idealizador do programa, embora sem apontar números, disse que desde que a medida foi posta em prática, caiu pela metade à violência nas escolas. “Se mandar o estudante para a Unei ele sai de lá mais indisciplinado, um infrator. Acho que a chance que damos pode conscientizá-lo, recuperá-lo.

Agora, se ele praticar outra infração, vai direto para Unei”, disse o promotor. Harfouche revelou que na semana passada, um estudante que cumpria a pena alternativa por violência na escola foi pego fumando no pátio, uma falta grave tida como grave no meio escolar. O rapaz cumpre punição hoje numa das Uneis da cidade.

O promotor disse ainda que o garoto demonstrou arrependimento e disse que é desejo seu em pedir desculpas a vítima. Ele não tem passagem pela polícia. Agressor e vítima estudam agora em escolas diferentes.

 

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