MPE pede prisão e indenização de Ari Artuzi por crime de racismo

Já afundado em denúncias por crimes de corrupção, o ex-prefeito de Dourados, Ari Artuzi, sem partido, deve sofrer um outro baque: ele foi denunciado pelo Ministério Público Estadual por prática de racismo, crime que pode motivar pena de dois a cinco anos de prisão e um pedido de indenização de R$ 300 mil. A ação […]

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Já afundado em denúncias por crimes de corrupção, o ex-prefeito de Dourados, Ari Artuzi, sem partido, deve sofrer um outro baque: ele foi denunciado pelo Ministério Público Estadual por prática de racismo, crime que pode motivar pena de dois a cinco anos de prisão e um pedido de indenização de R$ 300 mil.

A ação foi movida pelo promotor de Justiça João Linhares Júnior. Artuzi, durante entrevista a emissora de rádio Grande FM, de Dourados, disse, ao ser questionado sobre os investimentos em sua cidade que “nóis temu fazenu serviço de genti branca; serviço de genti (sic)”. O diálogo foi ao ar no dia 14 de agosto do ano passado.

“Ora, não se cuida de mera retórica, de textos legais vazios, desprovidos de força normativa ou vinculante. Não! A ordem jurídica vigente quer seja ela pátria, quer ainda internacional, exige e determina a punição exemplar de Ari Artuzi, dado que o diatribe [discurso agressivo, injurioso] que enunciou contra a consciência negra, em pleno meio de comunicação social, para milhares de pessoas – quiçá milhões”, escreveu o promotor em sua ação, já protocolada na Justiça.

A entrevista fora reproduzida pelo Midiamax (ver matéria em notícias relacionadas, logo abaixo)

Segue o promotor: “Ari Artuzi foi muito além de fazer tábula rasa do vernáculo, deixou nítido a milhares de pessoas que, para ele, gente qualificada é apenas quem ostenta a cútis alva, revelando inadmissível e execrável menoscabo aos outros segmentos étnicos nacionais, sobretudo à comunidade negra”.

Ari Artuzi, que estava em Campo Grande nesta manhã, não foi localizado para comentar a ação proposta. À época, ele se desculpou pela frase.

Dezessete dias após essa declaração, Artuzi foi preso, não pelo suposto racismo, mas por ser apontado como suposto chefe de uma quadrilha que fraudava licitações públicas.

Ele, a mulher, o vice-prefeito e nove dos 12 vereadores foram detidos por participação no esquema. Artuzi foi o último a conquistar liberdade, em dezembro passado, logo após renunciar o mandato.

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