Legalização de bingos e caça-níqueis sofre forte oposição na nova Câmara

Quase metade dos deputados que farão parte da futura Câmara é contra a legalização dos bingos e caça-níqueis no país, de acordo com levantamento realizado pelo G1. À pergunta “É a favor da liberação de casas de bingos e caça-níqueis no país?”, 255 disseram “não”, 119, “sim”, e 40 não souberam responder, totalizando 414 dos […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Quase metade dos deputados que farão parte da futura Câmara é contra a legalização dos bingos e caça-níqueis no país, de acordo com levantamento realizado pelo G1.

À pergunta “É a favor da liberação de casas de bingos e caça-níqueis no país?”, 255 disseram “não”, 119, “sim”, e 40 não souberam responder, totalizando 414 dos 513 deputados que farão parte da nova legislatura, que começa no dia 1º de fevereiro.

O levantamento do G1 ouviu opiniões a respeito de 13 temas polêmicos. Os resultados serão divulgados ao longo deste sábado (29). A reportagem conseguiu contato com 446 dos 513 futuros deputados. Desses 446, 414 responderam ao questionário e 32 não quiseram responder. Outros 67, mesmo procurados por telefone ou por intermédio das assessorias durante semanas consecutivas, não deram resposta – positiva ou negativa – às solicitações.

O total de 255 respostas contra a legalização dos bingos representa 49,7% dos 513 deputados que compõem a Câmara e 61,5% dos 414 políticos que responderam ao questionário.

Entenda o caso
Os bingos estão proibidos no país desde 2004. A liberação dos bingos foi barrada em votação na Câmara dos Deputados no final de 2010 por 212 votos contra 144 e 5 abstenções. Para alguns deputados da legislatura que se encerra nesta segunda-feira (31) contrários à liberação, os bingos eram fonte de lavagem de dinheiro.

Apesar de ter sido derrubada na Câmara, a proposta, do deputado João Dado (PDT-SP), que foi reeleito, pode ser ainda ressuscitada pela volta do texto original ao plenário ou de substitutivos ao projeto aprovados em comissões da Casa. A possibilidade, porém, era considera remota quando o projeto foi derrubado em dezembro.

Levantamento
O levantamento do G1 teve início em 29 de novembro e foi finalizado em 27 de janeiro. Envolveu uma equipe de 27 jornalistas de Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

A reportagem procurou todos os 513 deputados que assumirão mandatos na Câmara. No caso dos deputados que assumiram cargos no governo federal, em estados ou municípios, o G1 procurou o primeiro suplente das coligações para responder ao questionário.

Embora decisão de dezembro do Supremo Tribunal Federal diga que o suplente a ser empossado é o do partido (em razão de entendimento de que o mandato parlamentar pertence ao partido), o G1 procurou os suplentes das coligações. Isso porque essa decisão do Supremo vale para um caso específico e não se aplica automaticamente a situações semelhantes. De acordo com o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), tomarão posse em 1º de fevereiro os suplentes das coligações.

A maioria dos parlamentares respondeu às perguntas por telefone, mas uma parte preferiu receber o questionário por e-mail para devolvê-lo impresso. Em todos os casos, os deputados foram informados de que não teriam suas respostas individualizadas.

Conteúdos relacionados