Internet pirata vira febre em Campo Grande e varia de antenas a modens 3G do camelô

Com os preços para se conectar nas alturas, vendedores do camelódromo descobriram um modem pirata, contrabandeado do Paraguai, que dá acesso a internet de forma mais barata

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Com os preços para se conectar nas alturas, vendedores do camelódromo descobriram um modem pirata, contrabandeado do Paraguai, que dá acesso a internet de forma mais barata

Não é difícil ver nos bairros de Campo Grande antenas espalhadas pelos telhados das casas e em prédios para receber o sinal de internet via rádio, que tem se popularizado nas regiões onde o cabeamento de rede ainda não chegou. Geralmente dentro dos bairros, e mais escondidas, estão as torres de transmissão de sinal de internet. Segundo a Anatel, a maioria delas é ilegal na Capital

Os moradores acabam adquirindo o plano de internet via rádio do proprietário da torre, que monta uma “empresa” e instala uma antena para o cliente receber o sinal em casa. Usuários do sistema acham uma alternativa viável, porque o custo é baixo – cerca de R$ 50 a R$ 65 – porém precário.

“O sinal da internet sempre cai, não é muito bom, mas vale a pena. É uma alternativa, já que a internet via modem das operadoras é muito cara”, diz uma usuária que prefere não se identificar, por saber que recebe sinal de uma torre não autorizada.

Modem pirata

Com os preços para se conectar nas alturas, vendedores do camelódromo descobriram um modem pirata, contrabandeado do Paraguai, que dá acesso a internet de forma mais barata. Segundo eles, a pessoa liga na operadora e mente, habilitando o chip que utiliza para fazer ligações para navegar pelo celular, e o instala no modem contrabandeado. 

O usuário utiliza a internet no notebook ou em um computador com o modem e gasta como se estivesse pagando por um serviço para telefonia móvel, que custa R$ 0,50 ao dia, gastando cerca de R$ 15,00 por mês. Já um cliente que paga por um serviço 3G autorizado pela Anatel paga, em média, R$ 85 mensalmente.

Um chip de qualquer operadora que forneça serviços de internet para celulares é colocado no modem pirata, que é vendido a R$ 90. Os vendedores do camelódromo ainda instruem os clientes a passar informações erradas nas operadoras. “Você precisa ligar na operadora escolhida e cadastrar o chip com o seu CPF [Cadastro de Pessoa Física]. É preciso dizer que quer habilitar o chip para internet no celular, se você disser que é para modem eles cobram mais caro”, orienta um deles.

Alguns usuários garantem que a qualidade da conexão não é tão boa, porque o sinal as vezes falha, mas que compensa.

Anatel

A assessoria de imprensa da Anatel disse que existe um registro de torres cadastradas, que está disponível para consulta no site www.anatel.gov.br para a população. Se o proprietário distribui o sinal da internet sem autorização da Anatel comete crime por desenvolver clandestinamente atividades de telecomunicações, com pena prevista de detenção de dois a quatro anos, além de multa de R$ 10 mil.

Em relação aos modens vendidos no camelódromo, a Anatel informou não ter conhecimento dos aparelhos, já que os legalizados pelas operadoras têm o atestado de garantia emitido pela Anatel. Os modens que não são analisados pela Agência podem ter emissão de excesso de irradiação.

Conteúdos relacionados