Em ata, cúpula do PP diz que Antonio Cruz mostrava ‘notas frias’ para justificar gastos

Ex-deputado federal foi destituído da presidência do partido, mas, por meio judicial, retomou o cargo; ele diz que acusação é uma “mentira”

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Ex-deputado federal foi destituído da presidência do partido, mas, por meio judicial, retomou o cargo; ele diz que acusação é uma “mentira”

Saques indevidos, notas frias, desmandos, improbidade administrativa e uso “próprio” do fundo partidário. Esses são alguns dos argumentos que marcaram uma das maiores brigas envolvendo a cúpula do Partido Progressista em Mato Grosso do Sul.

A acusação foi lavrada em ata, a qual o Midiamax teve acesso, pela comissão executiva estadual do PP em MS, que motivação do o ex-deputado federal Antonio Cruz da presidência da sigla, e o irmão dele, Eliezer Ferreira da Cruz do cargo de tesoureiro. Essa decisão, contudo, perdeu o efeito nesta semana por meio judicial, que reconduziu Cruz à chefia regional do partido.

O documento registrado durante reunião no último dia cinco foi registrado em cartório de Campo Grande no dia 10 de janeiro deste ano foi assinado pelos membros da executiva estadual, que definiu como presidente o vice de Cruz, Luiz Pedro Gomes Guimarães e Geraldo Mangela Rodrigues, segundo tesoureiro para ocupar o cargo de Eliezer.

Denúncia

Segundo consta na ata, a reunião foi presidida por Luiz Pedro, pois Cruz, segundo o documento, não aceitou o convite feito.

De acordo com o encontro, os progressistas estavam descontentes, já que para eles “as atitudes do presidente só tem prejudicado os companheiros e principalmente o partido”.

O destaque ficou para as seguintes denúncias: “saques indevidos de valores do fundo partidário com notas fiscais frias, sem a devida prestação de serviços, ou a entrega de produtos referentes a estas notas fiscais, portanto, notas frias”, aponta o documento.

Briga

Descontente, Cruz procurou a justiça. Na quinta-feira (13) Maurício Petrauski, juiz da 9ª vara cível suspendeu os efeitos da decisão.

Desde o primeiro momento em que foi anunciada a sua destituição da presidência, o ex-deputado federal deixou claro que não iria acatar a decisão.

Procurado pela reportagem, Cruz declarou que os companheiros estão mentindo. “É tudo mentira!” reclamou ele.

Apesar disso, ele não aceita que seja feita uma auditoria nas contas do partido. “Não aceito uma auditoria nas contas, pois é tudo mentira. Não aceito dessa forma como foi sugestionada, porque isso partiu de pessoas que hoje são consideradas réus, de uma forma constrangedora”, apontou ele.

Segundo ele, a auditoria será aceita somente se partir de manifestação da executiva nacional.

A reportagem tentou entrar em contato com Francisco Dornelles, presidente nacional do PP, mas ele está em viagem para o exterior.

Fundo partidário

Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), recursos como esses são provenientes de um fundo especial de assistência aos partidos políticos, formado pelas multas e penalidades eleitorais, recursos financeiros legais, doações espontâneas privadas, dotações orçamentárias públicas, ou seja, um dinheiro público.

Antonio Cruz não conseguiu se reeleger em outubro passado.

 

 

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