Com mais de 600 mortos, buscas no RJ entram no 6º dia

Com mais de 600 corpos já resgatados, as buscas por outras vítimas que ainda estejam soterradas e o trabalho de resgate da população que ainda se encontra em áreas isoladas na Região Serrana do Rio entra em seu 6º dia, principalmente nos municípios de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis. Não há registro de chuva nas […]

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Com mais de 600 corpos já resgatados, as buscas por outras vítimas que ainda estejam soterradas e o trabalho de resgate da população que ainda se encontra em áreas isoladas na Região Serrana do Rio entra em seu 6º dia, principalmente nos municípios de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis.

Não há registro de chuva nas três cidades nesta manhã, mas a previsão do tempo ao longo do dia é de pancadas de chuva e trovoadas, em toda a Região Serrana. As chuvas de domingo (16) voltaram a provocar queda de barreiras e dificultaram o trabalho de resgate e de limpeza das ruas.

Nesta segunda-feira (17) começa a funcionar o hospital de campanha no parque de exposições de Itaipava, em Petrópolis. A prefeitura apela para os mais de seis mil moradores e mil voluntários que tiveram contato com água e lama nos locais de enchente que procurem a unidade para se vacinar contra doenças, com tétano e leptospirose. 

Cabral decreta calamidade pública

No domingo (16), o governador Sérgio Cabral decretou estado de calamidade pública em sete cidades da Região Serrana. São elas: Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Bom Jardim, São José do Vale do Rio Preto, Sumidouro e Areal. Algumas prefeituras já haviam feito o pedido, que só começa a valer nesta segunda, com a publicação no Diário Oficial.

A medida visa dar maior agilidade na contratação de serviços, aquisição de materiais e execução de obras e permite dispensa de licitação para reabilitação das cidades mencionadas e destruídas. A decisão vale por 180 dias.

Mais de 600 mortos
Ao todo, as chuvas já mataram 630 pessoas. Pelos últimos levantamentos dos municípios, são 286 mortos em Nova Friburgo, 267 em Teresópolis, 56 em Petrópolis,19 em Sumidouro e 2 em São José do Vale do Rio Preto. A maioria dos corpos já foi sepultada.

Em Teresópolis, a prefeitura informou que o número na Central de Cadastro de Desaparecidos caiu de 88 para 36. Em Petrópolis, também há 36 desaparecidos, segundo a prefeitura. Em Sumidouro, há outros cinco. Já em Nova Friburgo, a prefeitura informou que não há levantamento sobre desaparecidos.

Já a Secretaria estadual de Saúde e Defesa Civil informou que o número de mortos é 633, sendo 287 em Nova Friburgo, 271 em Teresópolis, 56 em Petrópolis e 19 em Sumidouro. O número de desabrigados e desalojados chega a 13.830, segundo o governo do estado.

Segundo a Polícia Civil, 625 corpos já foram identificados pelos peritos do IML (Instituto Médico Legal), sendo 284 em Teresópolis, 263 em Nova Friburgo, 55 em Petrópolis, 19 em Sumidouro e 4 em São José do Vale do Rio Preto.

Preços abusivos
Segundo o comandante-geral da Polícia Militar, Mário Sérgio Duarte, comerciantes que se aproveitarem da tragédia para aumentar de maneira abusiva os preços de produtos nas áreas afetadas serão levados para a delegacia. Na capital do estado, os preços de verduras e legumes dispararam.

Buscas em regiões isoladas
No domingo (16), bombeiros, técnicos da Defesa Civil, militares e voluntários fizeram buscas por corpos e moradores que ainda estão em regiões isoladas. Uma equipe equipe da Aeronáutica seguiu de helicóptero para a localidade de Brejal, onde cerca de 80 pessoas estão ilhadas. Outra equipe trabalhava na busca por pelo menos três corpos soterrados na localidade. Em Itaipava, os trabalhos estão concentrados principalmente no Vale do Cuiabá, local mais atingido pelas chuvas.

Os municípios da Região Serrana continuam com serviços de água e luz precários.

Maior tragédia da história
Esta já é a maior tragédia climática da história país. O número de vítimas ultrapassou o registrado em 1967, na cidade de Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo. Naquela tragédia, tida até então como a maior do Brasil, 436 pessoas morreram.

No ano passado, de janeiro a abril, o estado do Rio teve 283 mortes, sendo 53 em Angra dos Reis e Ilha Grande, na virada do ano, 166 em Niterói, onde se localizava o Morro do Bumba, e 64 no Rio e outras cidades atingidas por temporais em abril.

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