Caso Rayssa: testemunha diz que sobrinho de promotora a ameaçou para mudar depoimento

Estudante de Direito (foto ao lado da mãe) anda de cadeira de roda desde o acidente ocorrido quase dois anos atrás, em Campo Grande. Marcelo Broch (desviando da imprensa), que dirigia sem habilitação, teria causado o acidente

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Estudante de Direito (foto ao lado da mãe) anda de cadeira de roda desde o acidente ocorrido quase dois anos atrás, em Campo Grande. Marcelo Broch (desviando da imprensa), que dirigia sem habilitação, teria causado o acidente

Uma das testemunhas que prestou depoimento na tarde desta quinta-feira acerca do acidente de carro ocorrido em abril de 2009 que deixou numa cadeira de roda a universitária de Direito Rayssa Favaro, 20, disse ter sido ameaçada pelo acusado de provocar a colisão, Marcelo Broch, caso ela não mudasse sua versão dada à polícia.

A primeira audiência acerca do caso durou perto de quatro horas e fora suspensa porque quatro testemunhas faltaram. Novos depoimentos foram marcados para o dia 18 de abril, três dias antes de o desastre completar dois anos.

Rayssa e Marcelo se envolveram num acidente ocorrido no início da manhã do dia 21 de abril de 2009. Ela guiava um Fiat pela rua Bahia e bateu o carro no Honda Civic, que descia a Avenida Mato Grosso, conduzido pelo também estudante Marcelo Broch.

A universitária estava sozinha e Marcelo com um primo adolescente, filho da promotora de Justiça Regina Broch, a dona do Honda. O rapaz não possuía carteira de habilitação e fugiu após o acidente.

Na batida, a estudante quebrou uma das pernas, a bacia e também machucou a cabeça. Hoje, ela se recupera e se locomove em cadeira de roda. Já o rapaz nada sofreu e seu primo saiu do carro com escoriações no corpo.

Marcelo aparece no processo como réu por omissão de socorro, lesão corporal e falta de habilitação. Ele deixou o fórum calado, protegido por familiares.

Segundo uma das testemunhas que prestou depoimento na tarde de hoje na 2ª Vara Criminal, que não autorizou a publicação de seu nome no site, disse que em agosto passado viu Marcelo Broch no shopping e, lá, o rapaz teria dito para que ela mudasse seu depoimento porque havia contratado “bons advogados” e que nada ia acontecer a ele.

A testemunha disse que antes do acidente viu o rapaz numa festa com um copo na mão com “líquido amarelo” dentro, semelhante a cerveja.

Nesta quinta-feira aconteceu a primeira audiência judicial acerca do caso. Ao menos 23 pessoas, entre as quais de acusação e de defesa seriam ouvidas até o final do dia.

O pai de Rayssa, Valter Favaro, chefe da Polícia Rodoviária Federal em MS, disse que desde o acidente a vida de sua família “mudou radicalmente”. Por conta dos ferimentos sofridos pela filha, a família construiu em casa uma espécie de UTI para cuidar da recuperação da universitária.

Ele disse que o grande sonho dele é ver a filha andando de novo. Já a mãe da estudante, Nara Favaro, disse que a família vai brigar por justiça.

Advogados do rapaz e da universitária disseram que audiência “transcorreu bem” e que não iam comentar os depoimentos para não “atrapalhar o processo”. A tia de Marcelo, a promotora Regina Broch, disse logo na entrada do fórum que o caso tinha “virado uma novela”.

Matéria editada às 18h00 para acréscimos de informações

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