O Banco Central (BC) pode aplicar multa de R$ 500 mil à auditoria Deloitte por não detectar as fraudes que levaram a um rombo de R$ 4,3 bilhões no banco PanAmericano, segundo informações publicadas pela Folha de S.Paulo nesta quinta-feira. Auditores da empresa também podem ser impedidos de exercer atividades do tipo por até oito anos. A Deloitte ainda pode recorrer da decisão do BC, que já baniu 19 ex-integrantes banco.

A auditoria já apresentou defesa ao BC, afirmando que bancos compradores de carteira de crédito do PanAmericano não responderam a requisições, e por este motivo escolheu uma amostra de carteiras para comprovar transações. A Deloitte foi investigada por não fazer nenhuma ressalva no balanço do banco, mesmo com essas dificuldades de atestar as transações.

Fraude

Em setembro do ano passado, o banco PanAmericano foi alvo de uma descoberta, feita pelo Banco Central, de um rombo de R$ 2,5 bilhões nas contas da instituição financeira, ocasionado por operações fraudulentas pelos seus executivos. Em novembro, o Fundo Garantidor de Crédito emprestou este mesmo valor a Silvio Santos, que ofereceu como garantia para a dívida a sua emissora de TV, o SBT.

Em janeiro, o empresário Silvio Santos decidiu vender o banco PanAmericano ao BTG Pactual, pelo preço de R$ 450 milhões e 37,64% do capital da instituição. O BTG passou a deter o controle da empresa junto com a Caixa. Análise posterior ampliou o volume do rombo para R$ 4,3 bilhões.