Aquecimento global deve ser superado em breve, diz físico
O aquecimento global é um problema importante para o físico teórico Michio Kaku, cocriador da teoria das cordas e um dos principais divulgadores de ciência na atualidade, mas com data marcada para acabar. “O aquecimento não irá durar para sempre, irá durar de 10 a 20 anos”, afirma o norte-americano. A aposta de Kaku para […]
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O aquecimento global é um problema importante para o físico teórico Michio Kaku, cocriador da teoria das cordas e um dos principais divulgadores de ciência na atualidade, mas com data marcada para acabar. “O aquecimento não irá durar para sempre, irá durar de 10 a 20 anos”, afirma o norte-americano.
A aposta de Kaku para dispensar os combustíveis fósseis no futuro é a fusão nuclear. Esta é a maneira pela qual o Sol gera energia. Os átomos de hidrogênio, com apenas um próton e um nêutron, se fundem para formar hélio. No processo, nem tudo o que está nos átomos de hidrogênio é convertido e uma parte é liberada na forma de energia.
A cada segundo, o sol converte 600 milhões de toneladas de hidrogênio em hélio em seu centro, onde a temperatura pode atingir 15 milhões de graus Celsius.
A produção por fusão nuclear ainda não existe na Terra. Mas para o cientista, isso é apenas questão de tempo. “Os franceses e a União Europeia estão investindo 10 bilhões de euros para fazer o primeiro reator de fusão nuclear”, lembra Kaku. “A fusão nuclear será uma opção real daqui a 20 anos.”
Kaku se refere ao projeto Iter, um reator experimental que está sendo construído em Cadarache, no sul da França. A usina seria composta por um equipamento chamado Tokamak, em formato de rosquinha – o nome formal em geometria é toroide. O calor liberado ali serviria para gerar vapor e, como consequência, movimentar turbinas para a obtenção de eletricidade.
Sobre o projeto
Os materiais combustíveis seriam o deutério e o trítio, duas “versões” do hidrogênio com um e dois nêutrons a mais, respectivamente.
Para a produção ser viável, o reator teria de ser capaz de aguentar temperaturas de até 150 milhões de graus Celsius. Nessa “fornalha”, os elétrons se separam dos átomos e os gases dentro da “rosquinha” viram plasma – um estado da matéria diferente, com o gás carregado eletricamente.
Até o momento, um dos principais desafios à fusão nuclear é fazer plasma liberar tanta energia quanto consome. Até hoje, os cientistas só conseguiram fazer o plasma liberar 70% da energia investida. Os cientistas do Iter esperam produzir 500 MW, contra os 50 MW necessários para fazer o reator funcionar.
Antes da era nuclear
Apesar de não parecer se importar com a duração do aquecimento global, Kaku lembra dos efeitos do fenômeno e teme pelo futuro do local onde mora. “Eu vivo em Manhattan, em Nova York. Talvez no futuro nós precisemos de diques contornando a ilha”, diz.
“Até chegar à era nuclear [da fusão], nós iremos prejudicar muito o meio ambiente, algumas cidades ficarão debaixo d’água. Nós sabemos que isso já acontece em Veneza, na Itália, por exemplo.”
Se a fusão nuclear ainda não chega, o físico também lembra de tecnologias alternativas como a energia solar, como fontes de energia mais limpas. “A ciência realmente pode nos salvar [do aquecimento global]. O custo da energia solar, por exemplo, cai a cada ano. Ainda é muito cara, na média chega a ser duas vezes mais cara que a gerada por combustíveis fósseis. Mas daqui a dez anos ela poderá ser muito competitiva”, acredita Kaku.
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