Testemunha reconhece assassino de cartunista da Folha

Uma testemunha dos assassinatos do cartunista Glauco Villas Boas, 53, e de seu filho Raoni Pires Villas Boas, 25, afirmou à polícia que conhecia um dos criminosos, segundo informações da SSP (Secretaria de Segurança Pública). Apesar disso, ninguém havia sido preso até o final da manhã desta sexta-feira. Policiais fazem buscas pelo suspeito identificado –a […]

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Uma testemunha dos assassinatos do cartunista Glauco Villas Boas, 53, e de seu filho Raoni Pires Villas Boas, 25, afirmou à polícia que conhecia um dos criminosos, segundo informações da SSP (Secretaria de Segurança Pública). Apesar disso, ninguém havia sido preso até o final da manhã desta sexta-feira.

Policiais fazem buscas pelo suspeito identificado –a polícia ainda não divulgou detalhes– e por outros dois que participaram do crime, de acordo com a pasta.

Raphael Falavigna/Folha Imagem
Glauco em foto de 2002; cartunista foi morto nesta madrugada em tentativa de sequestro

O cartunista e seu filho foram mortos a tiros por volta da 0h de hoje em uma tentativa de assalto na casa em que moravam, no bairro Jardim Três Montanhas, em Osasco (Grande São Paulo). A residência foi invadida por três homens que pareciam estar sob efeito de drogas.

De acordo com informações de Ricardo Handro, advogado de Glauco, o cartunista negociou com os criminosos e iria sair de casa com a dupla, aparentemente para sacar dinheiro, deixando a mulher e os filhos em casa. Apesar disso, um dos filhos de Glauco chegou à residência no momento em que deixavam o local. Houve discussão com os assaltantes, que atiraram e mataram pai e filho.

O cartunista e seu filho chegaram a ser socorridos por testemunhas e encaminhados para o Hospital Albert Sabin, em São Paulo, mas não resistiram aos ferimentos e morreram.

O caso foi registrado no 1º DP de Osasco e será encaminhado para o 7º DP da cidade, segundo informações da Polícia Civil. Por volta das 9h, o corpo do cartunista permanecia no IML (Instituto Médico Legal) de Osasco. A polícia não soube informar se algo foi roubado da residência de Glauco.

Carreira

Nascido em Jandaia do Sul, interior do Paraná, Glauco começou a publicar suas tirinhas no “Diário da Manhã”, de Ribeirão Preto, no começo dos anos 70.

Em 1976, foi premiado no Salão de Humor de Piracicaba e, no ano seguinte, começou a publicar seus trabalhos na Folha de maneira esporádica. A partir de 1984, Glauco passou a publicar suas tiras regularmente no jornal.

Entre seus personagens estão Geraldão, Cacique Jaraguá, Nojinsk, Dona Marta, Zé do Apocalipse, Doy Jorge, Ficadinha, Netão e Edmar Bregman, entre outros.

Em 2006, ele lançou o livro “Política Zero”, reunião de 64 charges políticas sobre o Governo Lula publicadas na página 2 da Folha.

Glauco também era líder da igreja Céu de Maria, ligada ao Santo Daime e que usa a bebida feita de cipó para fins religiosos.

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