Peritos debatem falhas de investigação sobre o caso Bruno
Sem vestígios do corpo de Eliza Samudio e acusados que mudam de versão a cada depoimento ou ficam em silêncio, o esclarecimento da investigação que envolve o goleiro do Flamengo se transformou em um desafio. Para comentar a investigação, o Fantástico consultou dez especialistas, entre peritos, delegados e advogados. Alguns preferiram não gravar entrevista, mas […]
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Sem vestígios do corpo de Eliza Samudio e acusados que mudam de versão a cada depoimento ou ficam em silêncio, o esclarecimento da investigação que envolve o goleiro do Flamengo se transformou em um desafio.
Para comentar a investigação, o Fantástico consultou dez especialistas, entre peritos, delegados e advogados. Alguns preferiram não gravar entrevista, mas todos têm opinião semelhante a do perito Cássio Almeida Rosa, com 17 anos de carreira e integrante da Associação Brasileira de Criminalística. “Nós temos uma máxima: tempo que passa, verdade que voa”, diz ele.
Com um mandado de busca e apreensão, a polícia entrou no sítio de Bruno, em Esmeraldas, Minas Gerais, três dias depois de receber a denúncia do desaparecimento e morte de Eliza.
Depois de 15 dias, em uma nova ida ao local que teria servido de cativeiro, foram encontradas manchas de sangue num colchão, além de fios de cabelo. “O ideal é que, tendo acesso a um local de crime, que a perícia seja realizada o quanto antes. O tempo sempre vai trabalhar contra os resultados que a gente pode obter”, diz Rosa.
“A primeira busca é periférica, pega tudo. A segunda foi mais detalhada, porque nós já sabíamos o que estávamos buscando”, diz o delegado Edson Moreira. Na sexta-feira (23), a polícia informou que o sangue no colchão seria de uma mulher, mas não de Eliza. “Não é que houve perícia mal feita, o local foi mexido após a primeira busca”, acredita o delegado.
De acordo com o perito Rosa, o ideal teria sido isolar os sítios de Bruno e do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, onde Eliza Samudio foi supostamente morta. “Talvez até mesmo uma vigilância pra que esse local realmente permanecesse isolado”, diz Caio.
“Gostaria muito que a nossa legislação fosse igual a dos Estados Unidos, onde acontece o crime e aí nós podemos ficar com o local até o julgamento final. Aqui, não. Feita a busca e apreensão, terminou, liberou, volta-se ao proprietário”, diz Edson Moreira.
“O juiz de direito pode determinar a lacração de um local por um período de tempo suficiente
para que sejam feitas todas as perícias visando a elucidar o fato criminoso”, diz o advogado criminalita Mario de Oliveira Filho.
Já o veterinário Fernando Pinto Pinheiro, que em 13 de julho se ofereceu para examinar os cães que teriam comido Eliza Samudio, afirma que teve de insistir para ter acesso aos animais. Os cães foram apreendidos no dia 7, mas só foram analisados por peritos na quinta-feira (22). Esse exame já deveria ter sido feito logo que eles recolheram esses animais”, diz o veterinário.
O delegado responsável pelas investigações disse que precisou importar dos Estados Unidos um material pra fazer o exame. “O luminol é tóxico. Não podíamos por em risco a vida dos cães”, diz Edson Moreira.
Na opinião de Altamiro Velludo Salvador Netto, advogado criminalista e professor da Universidade de São Paulo (USP), “toda perícia falha ou toda falta de perícia dificulta a comprovação da existência do crime, favorecendo uma tese de absolvição”.
Para o advogado criminalista Tales Castelo Branco, que participou de mais de 500 júris, houve precipitação da polícia em apontar o goleiro Bruno entre os acusados logo no início das investigações. “Uma falha grave, na medida em que uma autoridade policial dá uma
entrevista e diz determinados fatos dificilmente. Mesmo que se convença do contrário, vai
ter muita dificuldade em se desmentir”, diz ele.
Para o delegado Edson Moreira, as provas contra Bruno são contundentes, como a mancha de
sangue de Eliza no carro dele. Segundo ele, a investigação está em fase final e o goleiro será
indiciado. “Quem tinha o maior motivo para matar a vitima é ele”, diz.
Para terminar o inquérito, o delegado diz que faltam os resultados de alguns laudos. Um deles está sendo feito no Instituto de Criminalística de São Paulo. A partir dos resultos, os peritos deverão dizer se é de Eliza Samudio um corpo encontrado carbonizado e encontrado cidade de Cachoeira Paulista. O resultado deve sair nos próximos dias.
“A probabilidade de ser os restos mortais de Eliza 000,1 é no máximo. São coisas que vão retardar o inquérito. Quem escondeu o corpo, escondeu bem escondido”, diz Edson Moreira. Segundo ele, o inquérito deve ser concluído no início de agosto.
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