Pássaros ganham a liberdade no Pantanal

Depois de dois anos no CRAS na Capital, cento e trinta aves de diversas espécies, foram devolvidas ao meio ambiente

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Depois de dois anos no CRAS na Capital, cento e trinta aves de diversas espécies, foram devolvidas ao meio ambiente

Depois de dois anos no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), em Campo Grande, cento e trinta aves de diversas espécies, como papagaios, periquitos, tucanos e araras, foram devolvidas ao meio ambiente nesta quinta-feira, 28 de janeiro. Elas foram levadas a uma pousada na região do Porto Morrinho, no Pantanal, distante cerca de oitenta quilômetros de Corumbá. Todas foram vítimas de tráfico quando ainda eram filhotes.

A equipe do CRAS composta por biólogos e estagiários, viajou com os pássaros por mais de seis horas de carro e depois para chegar até a fazenda, realizou o trajeto de barco. No local já moram outros animais, que também foram soltos em outras épocas. Eles vivem em perfeita harmonia com funcionários e turistas. “Os bichos têm a capacidade de passar tranquilidade. Eu adoro trabalhar aqui por causa deles, vivo em função desses animais”, disse a recepcionista Vanessa Vargas.

Segundo o biólogo Elson Borges, coordenador do CRAS, algumas das aves, como os trezentos papagaios que foram apreendidos em setembro de 2008 em Ivinhema, no sul do Estado, nunca tiveram contato com a vida selvagem. Após serem soltas na natureza, periodicamente, biólogos e veterinários do Centro de Reabilitação irão até o local para realizar o acompanhamento. “Nós vamos verificar se elas estão se adaptando ao ambiente, acompanhar o voo, se estão conseguindo se alimentar. Vamos dar assistência porque elas não estão acostumadas à liberdade”, disse. Os pássaros terão um longo período de adaptação. Ele explicou que na natureza os animais têm por instinto a luta pelo território, e os bichos que já moram na região podem se sentir ameaçados.

Todo o trabalho de soltura dos pássaros foi acompanhado por turistas alemães que visitam o Pantanal pela primeira vez. Eles ficaram encantados com tanta beleza na região e elogiaram a iniciativa do trabalho. O fazendeiro Eugen Viehhof diz que se emocionou ao ver as aves serem liberadas. Para ele, o projeto segue como exemplo para muitos países, principalmente numa época em que se tem comentado muito sobre devastação ambiental. Mesma opinião tem o amigo, o agricultor Wenzel Gehlen. Ele disse que sempre ouviu falar sobre a falta de preservação ambiental no Brasil, principalmente na Amazônia e no Pantanal e que se surpreendeu ao ver uma iniciativa como esta, que devolve à natureza, bichos retirados ilegalmente do meio ambiente.

O trabalho é um verdadeiro exemplo de integração entre o homem e a natureza. Quem participa do trabalho revela que é uma verdadeira terapia: “É muito prazeroso quando a gente observa que as espécies já se adaptaram a natureza, que conseguiram se reproduzir e que os filhotes já nasceram em liberdade e vão permanecer em liberdade.”, completa o coordenador do CRAS.

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