Mato Grosso do Sul é um dos estados citado no acordo de cooperação técnica entre a Eletronuclear (empresa da Eletrobras encarregada da geração de energia atômica) junto com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), para estudos preliminares de possíveis instalações de usinas nucleares divulgado na semana passada.

Além de MS, os outros estados que podem receber as usinas são: Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Goiás. Definições sobre metodologia de pesquisa ainda serão definidas pelo EPE e a Eletronuclear.

O valor do acordo entre as duas usinas é de R$ 3,3 milhões, a EPE investirá até 1,28 milhão, durante os 24 meses de duração da parceria, que pode ser prorrogada. O estudo veio à tona após o Plano Nacional de Energia (PNE) 2030 elaborado pela EPE com o governo federal em 2007, que prevê a redução da capacidade hidrelétrico em 20 anos.

De acordo com o presidente da EPE, Mauricio Tolmasquim , “como o potencial hidrelétrico brasileiro começa a se esgotar dentro de aproximadamente 20 anos, a energia nuclear passará a ser uma boa opção para a expansão, complementada por fontes alternativas como a eólica e a biomassa”.

Organizações de MS são contra

Representantes dos Fóruns de Defesa do Pantanal e o Fórum de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Mato Grosso do Sul se reuniram na tarde de hoje (17) para discutir o assunto.

“Faremos um ofício para pedir o contrato junto a Eletrobás para sabermos como esses estudos serão feitos. Outro ponto a se destacar é que a sociedade sul-mato-grossense não sabe dessa possibilidade”, disse Haroldo Borralho, coordenador de meio ambiente do Cedampo (Centro de Defesa e Apoio aos Movimentos Populares).

Na reunião foi discutido que as organizações sociais primeiramente têm de informar o teor da análise para que posteriormente sejam feitas as discussões em relação à possibilidade de Mato Grosso do Sul ter usinas nucleares.

A questão ambiental é um dos principais pontos da preocupação. “O lixo ambiental é um exemplo de preocupação”, disse Eduardo Romero, coordenador da Associação Bálsamo.