Famílias que ocuparam terreno ao lado de residencial tem 48 horas para deixar o local

As famílias que hoje ocupam um terreno ao lado do Residencial Iguatemi, na região do Nova Lima na saída para Cuiabá tem 48 horas para deixar o local a contar das 17h de hoje (19). A informação é dos próprios ocupantes do terreno. Segundo Virginia, uma das lideres das famílias no local, eles receberam hoje […]

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As famílias que hoje ocupam um terreno ao lado do Residencial Iguatemi, na região do Nova Lima na saída para Cuiabá tem 48 horas para deixar o local a contar das 17h de hoje (19). A informação é dos próprios ocupantes do terreno.

Segundo Virginia, uma das lideres das famílias no local, eles receberam hoje a visita de um oficial de justiça que apresentou um mandado onde consta que o arrendatário da área entrou com pedido na justiça para que os invasores deixem o local.

O mandado foi expedido pela juíza substituta da 11ª Vara Cível, Sabrina Rocha Margarida João. “Não queremos nada além de uma moradia. Nós fomos expulsos de lá e agora precisamos de um lugar para morar”, disse ela.

Milhares de problemas

O que antes eram 50 famílias despejadas após ocuparem as casas populares no Residencial, se transformou em milhares de problemas. Segundo estimativas dos sem-teto, até o momento, cerca de mil famílias já construíram barracos em áreas demarcadas no terreno que antes era um “pasto”.

A reportagem esteve no local e no momento várias pessoas chegavam com tábuas, enxadas e outros materiais para construção de barracos. “Eu vou construir aqui. Diz que todo mundo que está aqui vai conseguir casa”, disse um homem, que pediu para não ser identificado. “Não tira foto de mim não”, avisou ele.

Reunião

O mandado expedido hoje motivou a reunião de “moradores” e lideranças no local. Mesmo no escuro, eles se reuniram para em grupo decidirem as decisões que serão tomadas. “A informação que tivemos é que aqui é problema da Agehab (Agência Estadual de Habitação), mas a área é particular. Agora, eles vão ter q se virar, pois antes éramos apenas 50 famílias e eles não quiseram resolver o problema”, explica a ‘líder’ Virginia.

Segundo ela, amanhã um grupo deve ir a Assembleia Legislativa pedir uma reunião com os parlamentares. “Vamos em um grupo de dez pessoas, daí vamos ver se os deputados nos dão atenção. Aqui ninguém quer nada de graça. Se for preciso nós pagamos o terreno, mas todo mundo tem direito a uma moradia”, diz Lucia Nogueira da Silva, que também está entre as lideranças.

Divergências

Entre as famílias que estavam anteriormente no residencial Iguatemi, as 50 já foram cadastradas quando foram notificadas. Porém, há um “cadastro paralelo” por parte dos lideres locais.

Quando a reportagem chegou, um grupo de “seguranças” cuidavam um terreno ao lado para que não fosse invadido. “Já conversamos com o pessoal e eles estão ‘de boa’ aqui, não vão invadir essa área que é particular. O outro terreno aí do lado onde invadiram é de litígio, então tem muita coisa pra resolver”, explica um dos “seguranças” que pede para não ser identificado.

Eles criticaram a postura dos “invasores”. “Já entrou gente que entende do assunto ai e loteou tudo. Tem muito oportunista ai”, afirmou.

Após alguns minutos, um rapaz chegou e “pediu” a um dos homens presentes para “montar um barraco” no terreno. “Ah, você tem que conversar lá embaixo. Já se inscreveu na Emha (Empresa municipal de Habitação)?”, perguntou o homem ao “sem teto”. Segundo ele, era preciso pedir “a autorização da líder. Procura lá, quem é a líder do setor”, ensinou o homem, que também pediu para não ser fotografado pela reportagem.

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