Dilma diz que, se eleita, manterá Ministério do Turismo
A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, disse hoje (22) que ainda não sabe como ficará a Esplanada dos Ministérios em um eventual governo seu, mas adiantou que não pretende acabar com o Ministério do Turismo, criado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ela, caso eleita, a pasta deverá ganhar […]
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A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, disse hoje (22) que ainda não sabe como ficará a Esplanada dos Ministérios em um eventual governo seu, mas adiantou que não pretende acabar com o Ministério do Turismo, criado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo ela, caso eleita, a pasta deverá ganhar maior importância nos próximos anos, quando o Brasil sediará eventos esportivos e turísticos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas. “Nós iremos manter a pasta do Turismo porque o presidente Lula fez uma coisa muito certa criando a pasta. No entanto, eu considero que ainda estamos muito aquém de nossas possibilidades”, disse a candidata em Brasília, antes de embarcar para Curitiba, onde participa esta noite de comício ao lado do presidente Lula.
Dilma recebeu de representantes do setor de turismo um plano estratégico para os próximos anos. Ela defendeu que o Brasil assumirá em pouco tempo “um status diferenciado no mundo” e que a área do turismo será estratégica para que o governo possa “capitalizar” essa condição internacionalmente.
A candidata citou os sucessivos eventos nos próximos anos em que a pasta do turismo terá importância como as Olimpíadas Militares, em 2011, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, em 2012, (Rio Mais 20), a Copa das Confederações, em 2013, a Copa do Mundo de 2014, os 400 anos do Rio de Janeiro, em 2015, e as Olimpíadas de 2016.
Dilma voltou a responder perguntas relacionadas à ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, que deixou o cargo na semana passada em meio a rumores de tráfico de influência envolvendo seus familiares. “Não sou a favor da indicação de parentes nem sou a favor de indicação por critério de amizade”, disse Dilma.
“Eu não indiquei a Erenice por ser minha amiga. Era uma pessoa que eu conheci no grupo de transição, uma pessoa do setor elétrico, uma advogada competente da área. Eu a trouxe para o ministério a partir do grupo de energia da transição do governo Lula. Ela era uma militante histórica do PT”, disse a candidata sobre a escolha de Erenice para trabalhar no Ministério de Minas e Energia durante a sua administração.
A candidata também considerou inadequado fazer “julgamentos precipitados” das pessoas citadas em denúncias. “Por mais que seja da natureza humana querer antecipar o julgamento, eu acho que é prudente a gente não mexer na honra das pessoas sem ter a culpa comprovada. Tem certas acusações que deixam um ônus que a pessoa carrega pelo resto da vida, mesmo que depois se prove que ela é inocente”, disse Dilma, que lembrou ainda as denúncias de vazamentos de sigilos bancários que foram imputadas pelo tucano José Serra à sua campanha.
“Durante três meses minha campanha foi acusada de ser responsável pelo vazamento. Em uma época que não existia nem pré-campanha. Agora aparece uma moça que diz que ela vendia, por quanto vendia e para quem vendia. Chegaram a pedir a cassação da minha candidatura ao TSE [Tribunal Superior Eleitoral]”, afirmou Dilma Rousseff ao fazer referência à funcionária do Serpro cedida à Receita Federal Adeildda dos Santos que, na semana passada, teria confessado à Polícia Federal que ela e outros funcionários vendiam dados fiscais sigilosos de contribuintes. Cada sigilo quebrado, de acordo com o depoimento de Adeildda, valia entre R$ 100 e R$ 200 e, segundo ela, a motivação da venda era somente financeira. A funcionária foi indiciada pela Polícia Federal por corrupção passiva.
Dilma evitou comentar a manifestação organizada por sindicatos e alguns movimentos sociais, com o apoio do PT, contra o que eles estão classificando de “golpismo midiático”. O ato está marcado para amanhã (23), na Praça da Sé, em São Paulo. “Eu não falo pelo meu partido, estou falando por mim. Prefiro as múltiplas vozes da crítica ao silêncio imposto por uma ditadura”, disse. A candidata petista também prometeu, se eleita, que “os jornalistas vão poder me criticar o dia inteiro”.
“Da minha parte, a imprensa pode falar o que bem entender. O máximo que vou fazer, quando achar que devo, é protestar dizendo está errado o que disseram, por isso, por isso, por isso… usando uma coisa fundamental, que é o argumento”, disse. “Tem hora que o pessoal anda exagerando um pouco comigo. Não vou falar que tem golpe midiático não, só vou falar que exageram um pouco. É só vocês lerem os jornais. Agora o fato de exagerar pesado, a mim não incomoda, eu sou contra o ódio. O ódio é que nem droga. A pessoa se vicia na arte do ódio”, completou a candidata.
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