Corumbá: assentados pedem apoio para resolver falta de água

Uma comissão de moradores do assentamento São Gabriel, distante cerca de 40 quilômetros da área urbana corumbaense, buscou a Secretaria Executiva de Meio Ambiente de Corumbá (Semac) para pedir apoio da Prefeitura Municipal na solução de um problema recorrente às famílias daquela localidade: a falta de água. “A água salobra não serve para beber. Estamos […]

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Uma comissão de moradores do assentamento São Gabriel, distante cerca de 40 quilômetros da área urbana corumbaense, buscou a Secretaria Executiva de Meio Ambiente de Corumbá (Semac) para pedir apoio da Prefeitura Municipal na solução de um problema recorrente às famílias daquela localidade: a falta de água.

“A água salobra não serve para beber. Estamos sem água de uma vez”, disse a este Diário, Jorciléia Catarina Galvão do Nascimento, que há dois anos reside no assentamento localizado às margens da rodovia BR-262.

Ela explicou que a situação está complicada para as 266 famílias assentadas porque a bomba que faz a distribuição de água para as casas do assentamento está estragada e a solução do Incra, para manter o abastecimento, é no mínimo, questionável. “Os servidores do Incra vão com a caminhonete de água lá. Mas, não é todo mundo que tem recurso para comprar água”, disse Jorciléia.

“O pessoal do Incra passa lá e vende água, dizem que é para ajudar no combustível. Mas eu acho que o combustível é atribuição do Governo (Federal). A gente tem que pagar o Incra para deixar água, são dez reais, mas não é toda a vez que temos 10 reais. E não estamos produzindo nada devido a seca”, explicou Jorciléia Nascimento.

A parceleira contou que em ocasiões anteriores uma empresa de siderurgia e a Marinha cederam água aos moradores da localidade. Mas agora, com a situação agravada pelas altas temperaturas e a seca, o problema se tornou insustentável. “A Sanesul não serve água para a gente”, ressaltou.

Os assentados informaram que procuraram inicialmente o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) e foram orientados, pelo próprio órgão, a buscarem a Semac. “Queremos ir até a bica de Maria Coelho com um carro-pipa pegar água”, esclareceram sobre os motivos da procura ao Imasul.

 Prioridade humana

A secretária Executiva de Meio Ambiente, Luciene Deová, informou que a Prefeitura já viabiliza caminhão-pipa para atender as famílias assentadas de São Gabriel. Ela reforçou que mesmo não sendo atribuição municipal, o Executivo local entende que o caso se sobrepõe porque, em qualquer situação, a prioridade é o ser humano.

“Não existe atribuição do órgão ambiental municipal em autorizar qualquer tipo de atividade; captação; licenciamento sobre recursos hídricos, não nos cabe a gestão do recurso hídrico. Mas o município, como órgão gestor, entende que a prioridade, acima de qualquer legislação, é o ser humano. Eles precisam de água e o município vai fazer algumas recomendações para que façam a captação para atender às famílias do assentamento. Estamos viabilizando caminhão-pipa para ajudar no abastecimento o mais rapidamente possível”, afirmou.

Sanesul e Incra

O gerente regional da Sanesul de Corumbá, Januário Ximenes, afirmou que a empresa de abastecimento já disponibilizou água sem qualquer custo para as famílias do assentamento São Gabriel, mas é necessário que elas providenciem um caminhão-pipa. Os que a Sanesul tem, segundo ele, estão sendo usados seguidamente na área urbana.

A assessoria de Comunicação do Incra-MS informou que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária licitou obras para melhorar o sistema de fornecimento de água do projeto de assentamento São Gabriel, que já se encontram em andamento.

A chefia da Unidade Avançada de Corumbá concordou em disponibilizar uma viatura em caráter emergencial para amenizar a situação dos assentados no que tange ao abastecimento de água. O auxílio ajustado, informa o órgão, foi o transporte da água retirada do principal reservatório do assentamento até 58 lotes considerados de maior necessidade.

Em contrapartida, foi estabelecida uma relação de parceria em que as lideranças das famílias prontificaram-se a quotizar o custo do combustível entre o grupo atendido pela ação.

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